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Sem restrições, publicidade cresce em estações e trens
MARIANA BARROS
DA REPORTAGEM LOCAL
Um painel de cerca de 5
metros por 10 metros estendido no vão central da
estação Sé do metrô sinaliza a conquista publicitária
do espaço subterrâneo.
Desde que a Lei Cidade
Limpa entrou em vigor, há
um ano, anúncios se proliferam pelo metrô, onde a
publicidade é liberada.
Anunciantes estampam
suas marcas nas catracas,
em pilares e paredes das
estações, nas janelas e no
exterior dos trens e na TV
da linha 2-verde. Segundo
o Metrô, o segmento gerou
R$ 18,6 milhões em 2007.
O estímulo ao consumo
é fortalecido pelas máquinas que vendem livros e
bijuterias nas plataformas
e por quiosques e lojas espalhados pelas estações.
Segundo o Metrô, são 600
estabelecimentos, que
renderam R$ 20,3 milhões
no último ano. Há ainda
quatro shoppings anexos a
estações, e um quinto, na
estação Tucuruvi, está
previsto para 2009.
Há até quem pague a
passagem só para ter acesso ao comércio, como a
nutricionista Sandra Aparecida, 34, que não usa o
metrô, mas faz questão de
atravessar a catraca para ir
às compras na estação
Anhangabaú. "Faz quatro
meses que só compro
aqui", diz ela, que antes era
cliente de uma loja na estação Sé. Já a funcionária
pública Maria Lúcia Luz,
54, freqüenta há cinco
anos uma loja de bijuterias
na estação Sé, onde pára
todos os dias. "E compro
quase todos os dias."
Segundo vendedoras, o
horário mais rentável é o
do pico da tarde, entre as
18h e as 21h. Sandra Regina Flor, 40, é um exemplo
de cliente do período: pela
manhã ela pesquisa preços
a caminho do trabalho, entre as estações Anhangabaú e Itaquera, e volta fazendo compras. Como as
vitrines mudam ao longo
do dia, a vendedora conta
que acaba gostando de peças que não tinha visto antes."Aproveito para fugir
do congestionamento".
Segundo o Metrô,
R$ 84,7 milhões devem ser
obtidos neste ano com ganhos não tarifários, mais
que os R$ 78,4 milhões de
2007 e 50% a mais que os
R$ 56,5 milhões de 2006.
Conservação
A receita obtida com o
aluguel de espaços e publicidade, no entanto, não se
converte em bom estado
de conservação das estações. Infiltrações formam
manchas e até algumas
"estalactites" no teto, como no local de parada dos
trens da estação Brigadeiro. Na Trianon-Masp, pingos caem na área anterior
à catraca, formando poças
no chão. Quando chove,
funcionários chegam a pôr
baldes para conter a água
que cai do teto.
De acordo com Sérgio
Avelleda, diretor de Assuntos Corporativos do
Metrô, a infiltração é coisa
pontual e combatida imediatamente. "Em períodos
muito chuvosos acontece
mesmo, mas nossos funcionários procuram resolver rapidamente. E temos
também a manutenção
preventiva, feita em todas
as estações". Ele afirmou
ainda que cerca de 300
técnicos devem ser contratados até junho para
cuidar de problemas de
manutenção e operação.
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