São Paulo, segunda-feira, 21 de abril de 2008

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Sem restrições, publicidade cresce em estações e trens

MARIANA BARROS
DA REPORTAGEM LOCAL

Um painel de cerca de 5 metros por 10 metros estendido no vão central da estação Sé do metrô sinaliza a conquista publicitária do espaço subterrâneo.
Desde que a Lei Cidade Limpa entrou em vigor, há um ano, anúncios se proliferam pelo metrô, onde a publicidade é liberada. Anunciantes estampam suas marcas nas catracas, em pilares e paredes das estações, nas janelas e no exterior dos trens e na TV da linha 2-verde. Segundo o Metrô, o segmento gerou R$ 18,6 milhões em 2007.
O estímulo ao consumo é fortalecido pelas máquinas que vendem livros e bijuterias nas plataformas e por quiosques e lojas espalhados pelas estações. Segundo o Metrô, são 600 estabelecimentos, que renderam R$ 20,3 milhões no último ano. Há ainda quatro shoppings anexos a estações, e um quinto, na estação Tucuruvi, está previsto para 2009.
Há até quem pague a passagem só para ter acesso ao comércio, como a nutricionista Sandra Aparecida, 34, que não usa o metrô, mas faz questão de atravessar a catraca para ir às compras na estação Anhangabaú. "Faz quatro meses que só compro aqui", diz ela, que antes era cliente de uma loja na estação Sé. Já a funcionária pública Maria Lúcia Luz, 54, freqüenta há cinco anos uma loja de bijuterias na estação Sé, onde pára todos os dias. "E compro quase todos os dias."
Segundo vendedoras, o horário mais rentável é o do pico da tarde, entre as 18h e as 21h. Sandra Regina Flor, 40, é um exemplo de cliente do período: pela manhã ela pesquisa preços a caminho do trabalho, entre as estações Anhangabaú e Itaquera, e volta fazendo compras. Como as vitrines mudam ao longo do dia, a vendedora conta que acaba gostando de peças que não tinha visto antes."Aproveito para fugir do congestionamento".
Segundo o Metrô, R$ 84,7 milhões devem ser obtidos neste ano com ganhos não tarifários, mais que os R$ 78,4 milhões de 2007 e 50% a mais que os R$ 56,5 milhões de 2006.

Conservação
A receita obtida com o aluguel de espaços e publicidade, no entanto, não se converte em bom estado de conservação das estações. Infiltrações formam manchas e até algumas "estalactites" no teto, como no local de parada dos trens da estação Brigadeiro. Na Trianon-Masp, pingos caem na área anterior à catraca, formando poças no chão. Quando chove, funcionários chegam a pôr baldes para conter a água que cai do teto.
De acordo com Sérgio Avelleda, diretor de Assuntos Corporativos do Metrô, a infiltração é coisa pontual e combatida imediatamente. "Em períodos muito chuvosos acontece mesmo, mas nossos funcionários procuram resolver rapidamente. E temos também a manutenção preventiva, feita em todas as estações". Ele afirmou ainda que cerca de 300 técnicos devem ser contratados até junho para cuidar de problemas de manutenção e operação.


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