São Paulo, segunda-feira, 21 de abril de 2008

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Em site, pacientes trocam informação sobre doenças

"Patients Like Me" é parecido com o Orkut, a rede de relacionamentos na internet, e agrega usuários de acordo com enfermidades

VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
DA REPORTAGEM LOCAL

À primeira vista, ele parece o Orkut, a rede de relacionamentos na internet. Aliás, à segunda também: o usuário escolhe um nome, senha, traça o próprio perfil com idade, foto, localidade e comentários pessoais.
Antes disso tudo, no entanto, está a diferença: a obrigação de escolher a doença da qual é vítima. Aids, mal de Parkinson e depressão são algumas das enfermidades listadas.
Lançado nos EUA, o site "Patients Like Me" (ou "Pacientes Como Eu") já tem dezenas de membros no Brasil.
Basicamente, o site funciona assim: os usuários trocam informações sobre doenças, tratamentos, remédios, dosagens e efeitos colaterais. Tudo é compilado em gráficos que mostram a evolução da doença.
Infectologista e membro da câmara de bioética do CRM (Conselho Regional de Medicina), Caio Rosenthal vê com bons olhos e ter gostado da proposta do site. "Achei interessante. São pessoas que têm suas dúvidas", avalia. O endocrinologista Danilo Possídio concorda: "É impossível fugir dessa nova realidade virtual. Os médicos agora têm de se adaptar."
Os dois, no entanto, fazem uma ressalva: a ferramenta jamais poderá substituir a consulta médica e a análise clínica pessoal do paciente.
Cadastrado na página como portador do HIV, o cearense Marcos Braga diz ter se motivado a entrar no site para "compartilhar experiências".
Ao concluir a inscrição, foi informado da quantidade de usuários que tomam a mesma combinação do coquetel antiAids: 89 pessoas com as quais pode trocar informações.
Em São Paulo, Débora Zopazo diz ter abandonado o tratamento contra síndrome do pânico. "O médico propôs tratamento com antidepressivos. Resolvi deixar o remédio e tentar me tratar por meio de relacionamentos com pessoas que sofrem do mesmo problema."
Nos EUA, um termo já foi criado para definir o comportamento dos usuários do "Patients Like Me", ainda não descrito na lista de doenças do site: são os "cibercondríacos".


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