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Irmão diz que pena foi perfeita e que agora pode seguir em frente
MATHEUS MAGENTA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA ONLINE
"Agora eu posso seguir em
frente." A frase é do irmão mais
novo da brasileira que relatou à
Justiça dos EUA ter sido abusada sexualmente pelo pai por
duas décadas.
"Eu acho que o tempo que
eles deram para ele foi perfeito.
É uma parte da nossa vida que a
gente pode encerrar agora e
continuar a vida, porque nós
sabemos que ele não vai sair",
disse ontem em entrevista por
telefone, de Palm Dale (Califórnia), ao comentar a condenação
do pai a 109 anos de prisão.
O rapaz, de 27 anos, contou
que estava ao lado da irmã
quando soube da condenação.
"Nos abraçamos, choramos.
Ela estava contente que ele ia
embora e, ao mesmo tempo,
triste por tudo o que passara."
O rapaz disse que fugiu de casa em 2001 porque "apanhava
muito", com fios elétricos e socos. "Eu sabia dos abusos e
também apanhei, mas não podia fazer nada. Sentia-me impotente", afirmou.
Logo após sair de casa, o rapaz morou um tempo na rua e
ficou preso por seis meses após
assaltar uma pessoa e levar
US$ 400 (cerca de R$ 890). Ao
sair da prisão, em 2003, conheceu uma americana, teve um filho e conseguiu um emprego
como vendedor.
"Minha mulher sempre me
perguntava onde estavam o
meu pai e a minha mãe, mas eu
falava que eles estavam mortos,
eu tinha vergonha de falar tudo", disse o rapaz. "Ele sempre
estava bêbado ou drogado",
afirma.
Leia a entrevista completa
www.folha.com.br/091104
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