São Paulo, quinta-feira, 21 de abril de 2011

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ANÁLISE

Mesmo com crescimento, situação paulista ainda é melhor que a brasileira

RICARDO MIOTO
DE SÃO PAULO

Por pior que seja saber que as emissões paulistas de gases aumentaram 58% desde 1990, é preciso relativizar esse número.
Cruzando os números do inventário com os valores nacionais, percebe-se que o Estado é responsável por apenas 5% das emissões de CO2 do Brasil -para comparar, São Paulo representa 33% do PIB e 21% da população.
O inventário mostra, aliás, que o Estado e o Brasil vivem em mundos completamente diferentes com relação ao gás carbônico que jogam no ar.
Cerca de 70% das emissões de São Paulo têm como origem a queima de combustíveis ou a indústria.
Carros flex não vão resolver: o maior vilão é o diesel, com duas vezes a fatia da gasolina. Chama a atenção também a disparada do querosene de avião: aumento de 279% desde 1990.
Emitir algum carbono na atmosfera é inevitável. Que o número aumente com o crescimento econômico, idem.
A questão é se estamos esquentando o planeta para ao menos ganhar algum dinheiro -produzindo e transportando produtos com valor agregado- ou se estamos simplesmente poluindo para continuarmos pobres.
No nível nacional, em contraste com São Paulo, a segunda opção ainda parece ser a mais verdadeira.
Segundo os últimos dados federais, de 2005, a soma de combustíveis e indústria não chegava a 19% -essa última, coitada, respondia por menos de 4% das emissões.
Ainda que o desmatamento e as queimadas na Amazônia tenham diminuído nos últimos anos e provavelmente o cenário já não seja mais tão feio quanto em 2005, ter 60% das emissões relacionadas à derrubada de florestas, número de então que ainda é representativo, é dar um golpe pesado no planeta sem ganhar muito em troca.


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