UOL


São Paulo, quarta-feira, 21 de maio de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

EDUCAÇÃO

Fundações e institutos experimentam soluções alternativas que depois são adotadas em sistemas oficiais de ensino

ONGs ensinam governos a tornar escola mais atraente

DA REPORTAGEM LOCAL

Treinamento especial de professores e aulas criativas, com uso de recursos multimídia, atividades ao ar livre e construção de brinquedos para aprender física e matemática são alguns dos elementos que ONGs, fundações, institutos e empresas usam para tornar a escola mais atraente.
Os exemplos podem ser uma resposta para ajudar a melhorar o desempenho de escolas públicas, considerado fraco, conforme o MEC (Ministério da Educação) detectou pelo Saeb (Sistema Nacional de Educação Básica).
Não há um levantamento oficial da quantidade de programas voltados à educação, mas as entidades se dispõem a trocar experiências. "Disponibilizamos nossa metodologia para outras empresas que queiram aplicar nosso projeto de educação", diz Maurício Bacellar, gerente de comunicação corporativa da Coca-Cola.
Vários programas se tornam política pública de educação. É o caso do Se Liga e do Acelera, projetos do Instituto Ayrton Senna, adotados em Estados como Goiás e Pernambuco.
Em Vespasiano (MG), o programa Ensino de Qualidade, da Fundação Belgo-Mineira, foi incorporado à rede municipal.

Resultados
Na Fundação Bradesco, que tem 39 escolas próprias e atende a mais de 105 mil alunos carentes, o índice de evasão escolar geral é de 2,8%. Em 2002, na rede estadual de São Paulo, foi de 2,9% (ensino fundamental) a 8,4% (ensino médio). A diretora técnica da fundação, Ana Luisa Restani, diz que o treinamento de professores é um dos focos. É usada tecnologia para ampliar os resultados -há muitas oficinas feitas pela internet para atingir locais tão distantes como Macapá (AP) e Bagé (RS).
Também há aulas diferentes, que tentam cativar mais os alunos: educação ambiental, coral, música, teatro e pintura. Além disso, os estudantes têm assistência médica, tratamento odontológico, alimentação, material didático e uniforme.
Segundo Restani, o projeto da Fundação Bradesco se diferencia de outros porque sua atuação na área é permanente -iniciou-se nos anos 60- e não provisória, o que se reflete nos resultados. "Temos alunos interessados e índices de frequência significativos."
O projeto Escola na Praça, da Cidade Escola Aprendiz, usa espaços públicos no bairro de Pinheiros (zona oeste de São Paulo) para dar aulas. Numa praça, alunos têm disciplinas alternativas, como cinema, pintura e música.
Segundo especialistas, boas idéias para a educação têm de ser reproduzíveis em larga escala como políticas públicas, caso contrário perdem muito de sua utilidade. "Um belo projeto de educação feito no microcosmo não passa de um belo projeto. Tem de ter ambição", diz Judi Cavalcante, diretor-executivo-adjunto do Gife (Grupo de Institutos, Fundações e Empresas), que lançou o "Guia Gife sobre Investimento Social Privado em Educação".
Por outro lado, programas que funcionaram numa realidade não devem ser transplantados automaticamente para outra.
Veja dados sobre projetos educacionais em

www.folha.com.br/031391


Texto Anterior: Para setor, idéia é "inadequada"
Próximo Texto: Mortes
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.