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EDUCAÇÃO
Fundações e institutos experimentam soluções alternativas que depois são adotadas em sistemas oficiais de ensino
ONGs ensinam governos a tornar escola mais atraente
DA REPORTAGEM LOCAL
Treinamento especial de professores e aulas criativas, com uso
de recursos multimídia, atividades ao ar livre e construção de
brinquedos para aprender física e
matemática são alguns dos elementos que ONGs, fundações,
institutos e empresas usam para
tornar a escola mais atraente.
Os exemplos podem ser uma
resposta para ajudar a melhorar o
desempenho de escolas públicas,
considerado fraco, conforme o
MEC (Ministério da Educação)
detectou pelo Saeb (Sistema Nacional de Educação Básica).
Não há um levantamento oficial
da quantidade de programas voltados à educação, mas as entidades se dispõem a trocar experiências. "Disponibilizamos nossa
metodologia para outras empresas que queiram aplicar nosso
projeto de educação", diz Maurício Bacellar, gerente de comunicação corporativa da Coca-Cola.
Vários programas se tornam
política pública de educação. É o
caso do Se Liga e do Acelera, projetos do Instituto Ayrton Senna,
adotados em Estados como Goiás
e Pernambuco.
Em Vespasiano (MG), o programa Ensino de Qualidade, da Fundação Belgo-Mineira, foi incorporado à rede municipal.
Resultados
Na Fundação Bradesco, que tem
39 escolas próprias e atende a
mais de 105 mil alunos carentes, o
índice de evasão escolar geral é de
2,8%. Em 2002, na rede estadual
de São Paulo, foi de 2,9% (ensino
fundamental) a 8,4% (ensino médio). A diretora técnica da fundação, Ana Luisa Restani, diz que o
treinamento de professores é um
dos focos. É usada tecnologia para
ampliar os resultados -há muitas oficinas feitas pela internet para atingir locais tão distantes como Macapá (AP) e Bagé (RS).
Também há aulas diferentes,
que tentam cativar mais os alunos: educação ambiental, coral,
música, teatro e pintura. Além
disso, os estudantes têm assistência médica, tratamento odontológico, alimentação, material didático e uniforme.
Segundo Restani, o projeto da
Fundação Bradesco se diferencia
de outros porque sua atuação na
área é permanente -iniciou-se
nos anos 60- e não provisória, o
que se reflete nos resultados. "Temos alunos interessados e índices
de frequência significativos."
O projeto Escola na Praça, da
Cidade Escola Aprendiz, usa espaços públicos no bairro de Pinheiros (zona oeste de São Paulo)
para dar aulas. Numa praça, alunos têm disciplinas alternativas,
como cinema, pintura e música.
Segundo especialistas, boas
idéias para a educação têm de ser
reproduzíveis em larga escala como políticas públicas, caso contrário perdem muito de sua utilidade. "Um belo projeto de educação feito no microcosmo não passa de um belo projeto. Tem de ter
ambição", diz Judi Cavalcante, diretor-executivo-adjunto do Gife
(Grupo de Institutos, Fundações e
Empresas), que lançou o "Guia
Gife sobre Investimento Social
Privado em Educação".
Por outro lado, programas que
funcionaram numa realidade não
devem ser transplantados automaticamente para outra.
Veja dados sobre projetos educacionais em
www.folha.com.br/031391
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