THIAGO GUIMARÃES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

A estudante de direito Elidamárcia Lana da Silva, 28, única brasileira a ser selecionada para participar do 8º Concurso Interamericano de Direitos Humanos, em Washington, teve o visto de entrada nos EUA negado, mesmo com recomendação explícita de um diretor da American University, que organiza a competição.
A jovem é moradora de Governador Valadares. A cidade mineira é considerada uma das principais "exportadoras" de imigrantes ilegais para os EUA.
"É humilhante. Parece que estou indo lavar prato", afirmou Silva. O pré-projeto de monografia da estudante -sobre direitos humanos e fome no Brasil- foi imediatamente aceito pela universidade, porque era o único representante do país no concurso.
Durante a entrevista no consulado dos EUA, na quinta-feira, Silva diz ter sido questionada apenas sobre sua idade, estado civil e se tinha filhos. Apresentou cópia da carta de recomendação, escrita por Hadar Harris, diretor-executivo da American University.
Segundo Silva, o cônsul tentou ligar para a universidade, mas não conseguiu. Em seguida, negou o pedido. A organizadora do concurso ligou para Silva e afirmou que iria entrar em contato com o cônsul, solicitando a revisão do pedido. Uma atendente do consulado disse à estudante que o pedido não seria revisto.
Silva já havia desembolsado US$ 310 para as taxas de inscrição e hospedagem. A universidade informou que devolverá o dinheiro.


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