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GUERRA URBANA / ENTREVISTA
Cotado para administrar o sistema penitenciário federal, Daniel Sampaio afirma que líder do PCC é irrecuperável
Para ele, entrada de celular
em presídios é impedida ao vetar o contato físico entre preso e advogado, visitante e funcionários da detenção
Delegado da PF defende pena de morte para Marcola
ANDRÉA MICHAEL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Cotado para assumir, a partir
de junho, a administração do
sistema penitenciário federal, o
delegado de Polícia Federal Daniel Sampaio, 56, defende a pena de morte para criminosos
considerados sem recuperação.
Inclui no grupo o líder do PCC,
Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola.
"Defendo até, para esses que
não têm recuperação, que o Estado tem que ceifar a vida dele.
Pena de morte. A pena tem que
ser adequada ao crime", afirma.
Não há previsão legal para a pena de morte no Brasil.
FOLHA - Como irão funcionar os
presídios federais?
DANIEL SAMPAIO - Existe uma
equipe no Ministério da Justiça
que está estudando esses procedimentos. O fundamental é
que o preso ficará isolado. Não
vai ter como se organizar, ficar
trocando idéia com os outros.
Outro aspecto que preocupa
muito é a corrupção dos servidores. Esses presos perigosos
têm um alto poder aquisitivo. O
suborno é uma ameaça.
Quanto aos celulares, é preciso impedir sua entrada nos presídios. E isso se pode fazer impossibilitando qualquer contato físico entre o preso e advogados, religiosos, visitantes e até
servidores. Também é preciso
impedir a entrada de qualquer
produto para o preso, de pasta
de dente a alimentação. É o Estado que tem que fornecer isso.
FOLHA - Marcola está entre os presos que o sr. vê como irrecuperável?
SAMPAIO - Está.
FOLHA - Que deveria ser submetido à pena de morte?
SAMPAIO - Sim.
FOLHA - Como é possível ter controle sobre bandidos perigosos?
SAMPAIO - Você tem que colocar a coisa de uma maneira que
o bandido pense: "Isso [crime]
não vai compensar". Hoje,
quando identificam um policial, eles matam. Isso não pode
ser considerado somente um
homicídio, esses casos em que o
bandido mata um policial, um
juiz, um membro do Ministério
Público.
Tem que ter uma pena maior,
uma pena capital. Tem que botar no infrator a consciência de
que o crime não compensa, o
que vale para roubar uma bala
ou matar uma velhinha. A certeza de que não ficará impune
botará freio na ação criminosa.
Hoje, o crime que mais cresce é
o de oportunidade. Depois o
oportunista vira bandido.
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