São Paulo, quarta-feira, 21 de maio de 2008

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Lobby da indústria e de hotéis atuou para derrotar projeto do governo no Congresso

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O lobby da indústria de bebidas e do setor de hotéis- sobretudo aqueles em zonas rurais- foi decisivo para derrotar a idéia do governo de restringir a venda de bebidas alcoólicas em rodovias federais.
O presidente da Federação Nacional de Hotéis, Norton Luiz Lenhart, acompanhou a sessão e, ao seu final, comemorou o resultado. "Foi uma vitória, sem dúvida. O Congresso soube ter sensibilidade", disse. "Se o projeto de conversão fosse aprovado como estava, seria uma injustiça. Vários estabelecimentos teriam de fechar."
Lenhart negou que o setor de hotéis tenha atuado em parceria com as distribuidoras de bebidas alcoólicas para alterar na medida provisória. A Folha apurou que representantes das empresas estiveram no Congresso e mantiveram conversas com vários senadores.
Outra proposta que preocupa as distribuidoras é o projeto que restringir a propaganda de bebidas com baixo teor alcoólico, inclusive cerveja, das 6h às 21h em rádio e TV.
Há duas semanas, o lobby das cervejarias conseguiu fazer com que a proposta fosse retirada de pauta. No dia 8, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva enviou requerimento à Câmara para que a projeto não fosse mais apreciado em regime de urgência, evitando a obrigatoriedade de votá-lo.
Em reportagem publicada no dia 10, a Folha mostrou que 17% dos deputados estão ligados a empresas com interesses contrários à regulamentação da publicidade de cerveja.
De acordo com dados obtidos no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), 87 dos 513 deputados têm concessões de rádio e televisão e/ou receberam doações de campanha da indústria de bebidas e de comunicação.

Câmara
Líder do PSB no Senado, o governista Renato Casagrande (ES) afirmou que o debate sobre a punição aos estabelecimentos que vendem bebidas nas rodovias foi vencido na Câmara. "O Senado só incluiu o comércio que fica na zona rural. Não podíamos deixar como estava", disse.
"A proposta inicial era bem intencionada, mas provocou conflitos e embaraços. É um processo que deve ser submetido a uma série de outras medidas", afirmou o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR).


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