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Lobby da indústria e de hotéis atuou para derrotar projeto do governo no Congresso
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O lobby da indústria de bebidas e do setor de hotéis- sobretudo aqueles em zonas rurais-
foi decisivo para derrotar a
idéia do governo de restringir a
venda de bebidas alcoólicas em
rodovias federais.
O presidente da Federação
Nacional de Hotéis, Norton
Luiz Lenhart, acompanhou a
sessão e, ao seu final, comemorou o resultado. "Foi uma vitória, sem dúvida. O Congresso
soube ter sensibilidade", disse.
"Se o projeto de conversão fosse aprovado como estava, seria
uma injustiça. Vários estabelecimentos teriam de fechar."
Lenhart negou que o setor de
hotéis tenha atuado em parceria com as distribuidoras de bebidas alcoólicas para alterar na
medida provisória. A Folha
apurou que representantes das
empresas estiveram no Congresso e mantiveram conversas
com vários senadores.
Outra proposta que preocupa as distribuidoras é o projeto
que restringir a propaganda de
bebidas com baixo teor alcoólico, inclusive cerveja, das 6h às
21h em rádio e TV.
Há duas semanas, o lobby
das cervejarias conseguiu fazer
com que a proposta fosse retirada de pauta. No dia 8, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva
enviou requerimento à Câmara
para que a projeto não fosse
mais apreciado em regime de
urgência, evitando a obrigatoriedade de votá-lo.
Em reportagem publicada no
dia 10, a Folha mostrou que
17% dos deputados estão ligados a empresas com interesses
contrários à regulamentação
da publicidade de cerveja.
De acordo com dados obtidos no TSE (Tribunal Superior
Eleitoral), 87 dos 513 deputados têm concessões de rádio e
televisão e/ou receberam doações de campanha da indústria
de bebidas e de comunicação.
Câmara
Líder do PSB no Senado, o
governista Renato Casagrande
(ES) afirmou que o debate sobre a punição aos estabelecimentos que vendem bebidas
nas rodovias foi vencido na Câmara. "O Senado só incluiu o
comércio que fica na zona rural. Não podíamos deixar como
estava", disse.
"A proposta inicial era bem
intencionada, mas provocou
conflitos e embaraços. É um
processo que deve ser submetido a uma série de outras medidas", afirmou o líder do governo no Senado, Romero Jucá
(PMDB-RR).
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