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Idoso "jovem" resiste a se vacinar contra gripe
É o que aponta levantamento do governo paulista, que, após 3 prorrogações, encerra campanha hoje
CLÁUDIA COLLUCCI
DA REPORTAGEM LOCAL
Quanto mais novo o idoso,
maior é a resistência dele em se
vacinar contra a gripe, revela
levantamento da Secretaria da
Saúde do Estado de São Paulo.
Com o fim adiado três vezes,
por não conseguir atingir a meta, a campanha paulista de vacinação se encerra hoje.
A meta deste ano é vacinar
pelo menos 3 milhões de pessoas com 60 anos ou mais, o
que representa 80% dos cerca
de 3,7 milhões de idosos no Estado. Até a última quarta-feira,
a taxa de vacinação era de 74%.
Entre os idosos acima de 80
anos, 91% já se vacinaram. Na
faixa etária entre 75 e 79 anos, o
índice cai para 87,5%. Entre 70
e 74 anos, a taxa cai 13,5 pontos
percentuais (74%).
Entre 65 e 69 anos, o índice
de imunização é ainda um pouco menor (73,3%), e na faixa
etária entre 60 e 64 anos atinge
seu patamar mais baixo: 68,9%.
Para Helena Sato, diretora da
Divisão de Imunização da secretaria, os idosos mais jovens
não se sentem tão vulneráveis e
pensam que não precisam da
proteção extra da vacina.
"Embora estejam na melhor
idade, como eles mesmos dizem, não podem descuidar. A
literatura internacional aponta
que pessoas com 60 anos ou
mais têm maior risco de desenvolver complicações, como a
pneumonia, que levam à internação hospitalar", afirma.
Outra explicação para a adesão entre os mais velhos, segundo Sato, seria que, como a
campanha de vacinação já existe há dez anos, eles já incorporaram a vacinação na rotina.
O grupo de idosos mais jovens -até 64 anos- é o maior
deles, com 800 mil pessoas. A
faixa etária acima de 90 anos
reúne 43,3 mil
Reações
A dona-de-casa Kazuê Miya
Qualia, 60, vacinou-se ontem
contra a gripe pela primeira vez
e diz que conhece poucas na
sua faixa etária que se vacinam.
"A gente não percebe que já é
considerado idoso. Nem no
banco eu costumo usar a fila
dos idosos", diz.
Kazuê conta que também resistiu à vacina porque amigas
com um pouco mais de idade
que se imunizaram em anos anteriores relataram reações adversas, como sintomas iguais
aos da gripe.
Essas mesmas reações levaram o aposentado Afonso Ferreira Coelho, 72, a ficar dois
anos sem se vacinar. "Tive febre forte nas duas primeiras vezes. Depois não senti mais nada", afirmou.
Segundo o CVA (Centro de
Vacinação de Adultos) da Universidade Federal do Rio de Janeiro, a febre ocorre em menos
de 1% dos casos.
"A vacina contra a gripe não
causa reações adversas graves e
com ela se evita diversas complicações causadas pelo vírus
da gripe. É de extrema importância que os idosos compareçam aos postos e tomem a vacina", afirma o secretário Luiz
Roberto Barradas Barata.
Em todo o Estado, há 3.354
postos fixos e 2.830 volantes
funcionando das 8h às 17h.
Leia a relação dos postos de vacinação em São Paulo
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