São Paulo, quarta-feira, 21 de maio de 2008

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Idoso "jovem" resiste a se vacinar contra gripe

É o que aponta levantamento do governo paulista, que, após 3 prorrogações, encerra campanha hoje

CLÁUDIA COLLUCCI
DA REPORTAGEM LOCAL

Quanto mais novo o idoso, maior é a resistência dele em se vacinar contra a gripe, revela levantamento da Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo. Com o fim adiado três vezes, por não conseguir atingir a meta, a campanha paulista de vacinação se encerra hoje.
A meta deste ano é vacinar pelo menos 3 milhões de pessoas com 60 anos ou mais, o que representa 80% dos cerca de 3,7 milhões de idosos no Estado. Até a última quarta-feira, a taxa de vacinação era de 74%.
Entre os idosos acima de 80 anos, 91% já se vacinaram. Na faixa etária entre 75 e 79 anos, o índice cai para 87,5%. Entre 70 e 74 anos, a taxa cai 13,5 pontos percentuais (74%).
Entre 65 e 69 anos, o índice de imunização é ainda um pouco menor (73,3%), e na faixa etária entre 60 e 64 anos atinge seu patamar mais baixo: 68,9%.
Para Helena Sato, diretora da Divisão de Imunização da secretaria, os idosos mais jovens não se sentem tão vulneráveis e pensam que não precisam da proteção extra da vacina.
"Embora estejam na melhor idade, como eles mesmos dizem, não podem descuidar. A literatura internacional aponta que pessoas com 60 anos ou mais têm maior risco de desenvolver complicações, como a pneumonia, que levam à internação hospitalar", afirma.
Outra explicação para a adesão entre os mais velhos, segundo Sato, seria que, como a campanha de vacinação já existe há dez anos, eles já incorporaram a vacinação na rotina.
O grupo de idosos mais jovens -até 64 anos- é o maior deles, com 800 mil pessoas. A faixa etária acima de 90 anos reúne 43,3 mil

Reações
A dona-de-casa Kazuê Miya Qualia, 60, vacinou-se ontem contra a gripe pela primeira vez e diz que conhece poucas na sua faixa etária que se vacinam. "A gente não percebe que já é considerado idoso. Nem no banco eu costumo usar a fila dos idosos", diz.
Kazuê conta que também resistiu à vacina porque amigas com um pouco mais de idade que se imunizaram em anos anteriores relataram reações adversas, como sintomas iguais aos da gripe.
Essas mesmas reações levaram o aposentado Afonso Ferreira Coelho, 72, a ficar dois anos sem se vacinar. "Tive febre forte nas duas primeiras vezes. Depois não senti mais nada", afirmou.
Segundo o CVA (Centro de Vacinação de Adultos) da Universidade Federal do Rio de Janeiro, a febre ocorre em menos de 1% dos casos.
"A vacina contra a gripe não causa reações adversas graves e com ela se evita diversas complicações causadas pelo vírus da gripe. É de extrema importância que os idosos compareçam aos postos e tomem a vacina", afirma o secretário Luiz Roberto Barradas Barata.
Em todo o Estado, há 3.354 postos fixos e 2.830 volantes funcionando das 8h às 17h.


Leia a relação dos postos de vacinação em São Paulo

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