São Paulo, quarta-feira, 21 de maio de 2008

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Blitz no entorno do Mercado Municipal de SP acaba em confronto com comerciantes

MARTHA ALVES
DA AGÊNCIA FOLHA

TALIS MAURICIO
DO "AGORA"

Uma blitz da Subprefeitura da Sé na madrugada de ontem terminou em confronto com feirantes e comerciantes no entorno do Mercado Municipal, no Parque Dom Pedro, região central de São Paulo.
A confusão, que durou cerca de 20 minutos, aconteceu por volta da 1h nas ruas Barão de Duprat e Cantareira. Irritados com a ação dos fiscais, comerciantes e feirantes jogaram caixas, frutas e legumes contra os funcionários da prefeitura e os guardas-civis metropolitanos, que dispararam para o alto.
O tumulto só foi controlado com a chegada da Polícia Militar e com o uso de gás pimenta. Não houve feridos nem detidos.
A subprefeitura alegou que, nas ruas Barão de Duprat, Cantareira, Comendador Assad Abdalla e Doutor Itapura de Miranda, funciona a chamada "feirinha da madrugada", que não tem autorização. O órgão informou ainda que, além de caminhões estacionados em áreas proibidas, obstruindo o trânsito, caixas de frutas e verduras são comercializadas ilegalmente nas calçadas.
O carregador de frutas João Correa Neto, 48, que trabalha há 25 anos na região, disse que os policiais chegaram jogando gás pimenta. "As ruas não ficam fechadas pelos carros como os fiscais alegam."
O comerciante e produtor de frutas Helio Bizzo, 58, que trabalha há 45 anos no entorno do Mercado Municipal, disse que blitze da prefeitura são freqüentes desde que o prefeito Gilberto Kassab (DEM) assumiu o governo da cidade.
Segundo Bizzo, nesta madrugada os guardas-civis metropolitanos encostaram ao lado do seu caminhão, que estava estacionado em área permitida, e apreenderam a mercadoria mesmo com a apresentação da nota fiscal. "Eles me mandaram procurar os meus direitos na prefeitura ou na Justiça, e é o que eu vou fazer." Ele disse que teve um prejuízo de cerca de R$ 5.000.
O coordenador de segurança urbana da prefeitura, Edsom Ortega, diz ter solicitado esclarecimentos ao comando da Guarda Civil. "Eu tenho um relatório que indica que não teria havido excesso", diz.
Em entrevista à TV Globo, o secretário municipal das Subprefeituras, Andrea Matarazzo, admitiu que a GCM pode ter errado ao planejar a operação. "Pode ter havido isso [erro]. Pelo o que a gente vê, foi um efetivo pequeno", avaliou.


Colaborou a Reportagem Local


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