|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Blitz no entorno do Mercado Municipal de SP acaba em confronto com comerciantes
MARTHA ALVES
DA AGÊNCIA FOLHA
TALIS MAURICIO
DO "AGORA"
Uma blitz da Subprefeitura
da Sé na madrugada de ontem
terminou em confronto com
feirantes e comerciantes no entorno do Mercado Municipal,
no Parque Dom Pedro, região
central de São Paulo.
A confusão, que durou cerca
de 20 minutos, aconteceu por
volta da 1h nas ruas Barão de
Duprat e Cantareira. Irritados
com a ação dos fiscais, comerciantes e feirantes jogaram caixas, frutas e legumes contra os
funcionários da prefeitura e os
guardas-civis metropolitanos,
que dispararam para o alto.
O tumulto só foi controlado
com a chegada da Polícia Militar e com o uso de gás pimenta.
Não houve feridos nem detidos.
A subprefeitura alegou que,
nas ruas Barão de Duprat, Cantareira, Comendador Assad Abdalla e Doutor Itapura de Miranda, funciona a chamada
"feirinha da madrugada", que
não tem autorização. O órgão
informou ainda que, além de
caminhões estacionados em
áreas proibidas, obstruindo o
trânsito, caixas de frutas e verduras são comercializadas ilegalmente nas calçadas.
O carregador de frutas João
Correa Neto, 48, que trabalha
há 25 anos na região, disse que
os policiais chegaram jogando
gás pimenta. "As ruas não ficam
fechadas pelos carros como os
fiscais alegam."
O comerciante e produtor de
frutas Helio Bizzo, 58, que trabalha há 45 anos no entorno do
Mercado Municipal, disse que
blitze da prefeitura são freqüentes desde que o prefeito
Gilberto Kassab (DEM) assumiu o governo da cidade.
Segundo Bizzo, nesta madrugada os guardas-civis metropolitanos encostaram ao lado do
seu caminhão, que estava estacionado em área permitida, e
apreenderam a mercadoria
mesmo com a apresentação da
nota fiscal. "Eles me mandaram procurar os meus direitos
na prefeitura ou na Justiça, e é
o que eu vou fazer." Ele disse
que teve um prejuízo de cerca
de R$ 5.000.
O coordenador de segurança
urbana da prefeitura, Edsom
Ortega, diz ter solicitado esclarecimentos ao comando da
Guarda Civil. "Eu tenho um relatório que indica que não teria
havido excesso", diz.
Em entrevista à TV Globo, o
secretário municipal das Subprefeituras, Andrea Matarazzo,
admitiu que a GCM pode ter errado ao planejar a operação.
"Pode ter havido isso [erro]. Pelo o que a gente vê, foi um efetivo pequeno", avaliou.
Colaborou a Reportagem Local
Texto Anterior: Patrimônio: Conselho mantém tombamento de galpões industriais na Mooca Próximo Texto: Sabatina / Contardo Calligaris: Projeto de felicidade leva à insatisfação, afirma Contardo Índice
|