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DESABAMENTO
Delegado do RJ também pediu a prisão de três engenheiros e do mestre-de-obras do edifício Palace 2
Justiça pede prisão preventiva de Sérgio Naya
da Sucursal do Rio
O delegado Carlos Alberto Nunes Pinto pediu ontem a prisão
preventiva do ex-deputado Sérgio
Naya, dono da construtora Sersan, de outros três engenheiros e
do mestre-de-obras que trabalharam no projeto e na construção do
edifício Palace 2.
Nunes Pinto é o responsável pelas investigações sobre o desabamento do prédio, que provocou a
morte de oito pessoas no dia 22 de
fevereiro.
Ontem ele entregou o inquérito
ao juiz Heraldo Saturnino de Oliveira, da 33ª Vara Criminal.
Os pedidos de prisão, segundo o
delegado, foram para "assegurar
a ordem pública e garantir a aplicação da lei".
O delegado indiciou Naya sob
acusação de crime por "provocar
desabamento, com agravamento
de morte".
Também foram indiciados o engenheiro José Roberto Chendes,
que fez o projeto estrutural, o engenheiro da Sersan Sérgio Murilo
Domingues, o engenheiro Raimundo da Cruz Costa e o mestre-de-obras Almir Maia Machado.
"A tipicidade do delito é para
crime de desabamento, e não homicídio, mas, com o agravante das
mortes, a pena, que é de quatro
anos para cada, dobra para oito",
disse Nunes Pinto.
Segundo ele, a pena pode chegar
a 16 anos porque é cumulativa:
"Os acusados irão responder a
um processo pelo desabamento e
as mortes do Palace 2 e a outro pela tentativa no caso do Palace 1."
O Palace 1 foi construído com a
mesma planta do edifício que desabou, está interditado, e passa
por uma obra de recuperação estrutural.
O delegado afirmou que a promotora Maria Aparecida Lamoglia
Dias responderá até o final do mês
se aceitará ou não a denúncia. Depois o juiz vai analisar a acusação
para poder iniciar o processo criminal.
Segundo o inquérito, "o único
objetivo (dos indiciados) era obter
vantagens e lucros financeiros, em
total desprezo pela vida humana". "O pouco caso acarretou a
perda de vidas e sonhos dos que
ficaram sem seus lares, tornando
evidente que assumiram o risco de
produzir aquele resultado."
Apesar de os acusados terem
participado de diferentes fases da
construção do edifício, o delegado
preferiu indiciá-los em conjunto.
"Todos foram negligentes e colaboraram para a tragédia, que só
ocorreu porque eles apostaram no
risco. Por isso houve crime doloso", afirmou Nunes Pinto.
O delegado elogiou o laudo pericial sobre as causas do desabamento, feito por peritos do ICCE
(Instituto de Criminalística Carlos
Éboli). O inquérito é baseado no
depoimento de 88 testemunhas e
nesse laudo, que apontou falhas
em 78% dos pilares do prédio.
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