|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ADMINISTRAÇÃO
Levantamento de presidnet da CPI mostra que a prefeitura de SP destinou à área menos verba que o exigido em lei
Pitta gastou só 22% em educação, diz petista
CARLOS MAGNO DE NARDI
da Reportagem Local
A gestão Celso Pitta (PPB) destinou 21,83% das receitas da cidade
de São Paulo para educação em
1997, sete pontos percentuais a
menos do que determina a Lei Orgânica do município.
A conclusão aparece em levantamento realizado pelo gabinete do
presidente da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Educação, Vicente Cândido (PT).
A comissão, instalada há três semanas na Câmara de São Paulo,
investiga quanto o município gastou com ensino nos anos de 95, 96
(gestão Paulo Maluf) e 97.
Pela Constituição, o percentual
mínimo a ser aplicado em educação é de 25% do Orçamento. Pela
Lei Orgânica, o município deve
destinar no mínimo 30% de suas
receitas para o setor.
O estudo foi realizado em função
do depoimento do secretário de
Finanças de São Paulo, José Antonio de Freitas, previsto para hoje
na Câmara.
Segundo o levantamento do presidente da CPI, a gestão Pitta
"maquiou" demonstrativo de recursos destinados para educação
em 97. Esse demonstrativo foi publicado pelo "Diário Oficial" em
fevereiro deste ano. Nele, a gestão
Pitta informa ter gasto 30,4% da
receita municipal em educação,
cerca de R$ 1,34 bilhão.
Pelos cálculos da assessoria do
vereador Vicente Cândido, Pitta
teria investido em ensino no ano
passado R$ 990,29 milhões, ou
21,83% da receita.
Para "maquiar" os gastos com
educação, diz Cândido, Pitta teria
omitido da receita municipal cerca de R$ 140 milhões, arrecadados
por meio do pagamento da Dívida
Ativa Tributária (R$ 131 milhões)
e dos repasses do governo federal
para o município previstos pela
Lei Kandir (R$ 9 milhões).
A Receita da Dívida Ativa Tributária é formada pelo pagamento
de impostos como IPTU (Imposto
Predial e Territorial Urbano) e ISS
(Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza) em atraso.
A Lei Kandir prevê isenção de
ICMS (Imposto sobre Circulação
de Mercadorias e Serviços) para
uma série de produtos para exportação, gerando eventuais prejuízos para Estados e municípios.
Quando há perdas de arrecadação, o município recebe, como
compensação, uma série de repasses feitos pelo governo federal.
Além de subestimar a receita, diz
o levantamento do presidente da
CPI, Pitta incluiu como investimento em educação uma série de
gastos proibidos pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação (veja
quadro nesta página).
Segundo o vereador, Pitta teria
incluído como investimento em
educação R$ 349,9 milhões, entre
eles gastos com aposentadoria de
professores e funcionários do setor e manutenção de centros voltados para menores.
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|