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POLÍCIA
Levantamento aponta que há ao menos 9 navios na baía de Guanabara, com capacidade para 500 presos
Rio vai estudar projeto de navio-presídio
GABRIELA MICHELOTTI
enviada especial ao Rio
O governador do Rio, Marcello
Alencar, mandou a Secretaria da
Segurança Pública estudar o projeto de transformar navios desativados em presídios para desafogar
a superlotação das delegacias.
Ontem, a secretaria mandou ofício ao Ministério dos Transportes
para saber quantos navios inativos
estão hoje parados na baía de Guanabara.
Um levantamento prévio apontou que há pelo menos nove navios fundeados na baía, que teriam
capacidade para receber 500 presidiários.
"O Greenpeace poderia vir para
cá, aportaria com um bando de
presos e ficaria admirando a natureza com os presos lá dentro",
afirmou o secretário de Segurança, Noaldo Alves Silva, autor da
idéia dos presídios flutuantes.
A frase se refere ao fato de que a
ONG Greenpeace utiliza navios
nas suas ações em defesa do meio
ambiente.
"Vigiar presos não é o objetivo
do Greenpeace. Isso é função do
Estado", afirmou nota divulgada
ontem pela direção do Greenpeace
no Brasil.
Após visita à 31ª DP (Delegacia
Policial), em Ricardo de Albuquerque, na zona norte da cidade,
de onde fugiram na segunda-feira
49 detentos, Noaldo Alves Silva rebateu as críticas feitas aos "navios-presídios".
"Não me importo com a recepção que a idéia teve, é só uma entre
outras sugestões", afirmou Silva.
Um dos críticos dos presídios flutuantes foi o coordenador-geral
do Desipe (Departamento do Sistema Penitenciário), José Afonso
Barreto de Macedo, que acha a
idéia, no curto prazo, inviável.
Para ele, o custo de treinamento
especializado, a adaptação dos navios e o remanejamento de pessoal
de terra para o mar é muito alto.
Para Silva, o custo da proposta
vai ser ainda estudado, e não serão
descartadas outras sugestões, como a utilização de galpões e a criação de penitenciárias agrícolas,
que já foram apresentadas ao Ministério da Justiça.
Hoje o secretário vai visitar um
galpão próximo à praça Mauá
(centro do Rio) e verificar a viabilidade de transformá-lo em presídio. "A superlotação da 31ª DP e
das outras delegacias não se resolveria só com a transferência dos
presos já condenados. É preciso
criar uma solução de emergência", afirmou Silva.
Para ele, os navios-presídios seriam uma solução rápida para a
superlotação das delegacias.
O Estado do Rio de Janeiro tem
cerca de 7.600 presos em delegacias. Muitos deles já foram condenados, mas aguardam vagas em
presídios para serem transferidos.
A Polícia Civil do Rio de Janeiro
fez ontem uma paralisação de 24
horas por reajustes salariais. Segundo a chefia de polícia, a movimentação nas delegacias foi normal. Para os coordenadores da
greve, a adesão foi de 70%.
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