São Paulo, sábado, 21 de junho de 2008

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Decreto prejudica professor com mais tempo na rede estadual

DA REPORTAGEM LOCAL

O decreto assinado pelo governador José Serra (PSDB), que deu início à greve, pode deixar sem trabalho ou com as piores turmas os professores temporários com mais anos dedicados à rede pública estadual.
A nova legislação institui prova a esses professores -que são 100 mil ou 40% do total de docentes- para determinar quem terá preferência na escolha das aulas no início do ano.
Atualmente, esta ordem é estabelecida por número de pontos acumulados, de acordo com a quantidade de aulas dadas na rede -o que faz com que os mais antigos consigam as melhores colocações na lista. Muitos professores chegam a se aposentar como temporários.
"Me formei há 20 anos, não tenho como concorrer com um jovem que prestou vestibular três, quatro anos antes", reclama Maria José Marques, 52, que dá aula para a 1ª série. "Depois de uma vida inteira dando aulas, minha experiência pode não valer nada e eu acabar ficando para trás na atribuição [de classes para o ano letivo]."
"Ficar para trás" significa ter que escolher entre as escolas mais mal localizadas, abandonadas e violentas. "Tem escola em que a criança precisa é de comida, de médico", diz a professora. Relatos de violência, vandalismo e falta de respeito ao professor também estavam entre as principais reclamações durante o protesto. (CR e RS)


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