São Paulo, terça-feira, 21 de julho de 2009

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Morador tenta fugir de fogo e cai do 7º andar

Incêndio em prédio residencial no centro de São Paulo provocou ainda uma 2ª morte e deixou outras 3 pessoas feridas

Duas crianças, de quatro e seis anos, foram socorridas com intoxicação, mas não correm risco de morte; sem luz, prédio foi interditado

DA REPORTAGEM LOCAL

Duas pessoas morreram e outras três ficaram feridas no incêndio em um prédio residencial de oito andares e setenta apartamentos na alameda Barão de Campinas, nos Campos Elíseos, centro de SP.
A avó de uma das vítimas, que mora nas imediações, passou mal e também foi socorrida. Duas crianças, um menino de quatro anos e uma garota de seis anos, foram levados ao hospital com intoxicação, mas não correm risco de morte.
Uma equipe de engenheiros da prefeitura fez uma vistoria prévia do local e não encontrou problemas. O prédio foi interditado porque foi necessário desligar a rede elétrica.
A prefeitura estava ontem dando assistência às famílias para a retirada dos pertences e ofereceu alojamento para quem não tinha para onde ir.
Um dos mortos é o enfermeiro Paulo Jaílson Melo Rodrigues, 34. Segundo os bombeiros, ele caiu de uma altura de cerca de 25 metros quando tentava deixar seu apartamento, no sétimo andar, agarrando-se a um varal no lado externo.
O major Ivanovitch Simões Ribeiro, comandante interino do 2º Grupamento de Incêndio da capital, não confirmou a versão de que o homem havia se atirado do prédio, conforme diziam vizinhos. "Ele estava tentando sair", disse.
A segunda vítima é uma mulher de 43 anos. Ela chegou com vida à Santa Casa de São Paulo, próxima do local, mas não resistiu a uma parada cardiorrespiratória.

Danos
O fogo destruiu quase totalmente dois apartamentos do sexto andar e parte do pavimento superior. Segundo o major, o fogo começou por volta das 12h20, provavelmente no sexto andar, mas as causas ainda eram desconhecidas ontem.
"Somente a perícia poderá dizer como e quando o fogo começou. Mas encontramos extintores no prédio e o sistema de hidrantes estava funcionando normalmente, tanto que foi utilizado por nossas equipes", afirmou o major.
O incêndio mobilizou 20 veículos dos bombeiros e um helicóptero, que desceu no meio da alameda. A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) interditou ruas da região.
Parte dos moradores ficou isolada na cobertura do prédio e foi retirada de escada.
O lavrador Júlio César dos Santos Filho, 38, contou que ficou mais de meia hora dentro do apartamento 77, com a filha, a irmã e dois sobrinhos. Do sexto andar, "quando abri a porta, só deu para ver fumaça preta, de cheiro forte, entrando no apartamento", relatou.
O aposentado Pedro Brás, 69, foi o último morador a ser retirado de dentro do prédio. Ele ficou cerca de oito horas dentro do edifício, desde quando as chamas estavam fortes até depois do rescaldo. Cadeirante, ele convenceu os bombeiros a sair só na desocupação final. "Viram que seria ruim eu sair e estava no quarto andar."
Segundo a Subprefeitura da Sé, o prédio não conta com o documento expedido pela prefeitura (AVS, auto de verificação de segurança) por ser isento (construção antiga), mas tem condições de segurança.
O local será liberado após vistoria de segurança e religamento da energia elétrica.


Colaborou o "AGORA"


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