São Paulo, quinta-feira, 21 de julho de 2011 |
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Bagagem demora até 90 min em Cumbica Espera maior ocorre em horários de pico, segundo a Infraero; padrão internacional prevê, no máximo, 18 minutos Estrutura no aeroporto para o desembarque é a mesma de oito anos atrás, mas o número de passageiros triplicou RICARDO GALLO DE SÃO PAULO Quinze minutos depois de desembarcar no aeroporto internacional de Pequim, o administrador de empresas Oswaldo Fireman, 52, estava com as bagagens nas mãos. Ao voltar de viagem, na tarde da última segunda-feira, o tormento: uma hora de espera ao lado das esteiras do aeroporto internacional de Cumbica, em Guarulhos, o mais movimentado do país. "Imagina na Copa...", disse. Esperar muito, ali, é quase regra. Uma conjunção de problemas faz a bagagem demorar até uma hora e meia nos horários de maior pico, segundo a própria Infraero, que gerencia os aeroportos do país. O aceitável, pelo padrão internacional, são 18 minutos, no máximo. Cumbica tem a mesma estrutura de desembarque de oito anos atrás, mas o número de passageiros triplicou e o de voos dobrou. As esteiras de bagagem, por exemplo, são as mesmas da inauguração do terminal, em 1985. A Infraero afirmou que a manutenção adequada permite mantê-las em uso. O setor de retirada de bagagens opera até 134% acima da capacidade, segundo estudo de 2010 do BNDES. O grande número de passageiros, superior ao que o aeroporto pode acomodar, impacta em outras áreas. A responsabilidade pelas bagagens é das companhias aéreas, que em geral contratam empresas terceirizadas. Funcionários e sindicato de aeroviários, no entanto, dizem trabalhar com menos gente em pleno boom aéreo. Um funcionário da Swissport, a maior terceirizada a operar em Cumbica, disse à Folha que uma equipe padrão tem cinco pessoas, mas que chega a atuar com duas a menos. A empresa nega. PARADA LONGE Onde o avião estaciona também influencia. Se for longe das pontes de embarque, em posições conhecidas como "remotas", o caminho entre a aeronave e a esteira aumenta até cinco minutos. Na chegada às esteiras, falta espaço. Voos internacionais usam contêineres, e a área das esteiras não comporta dois deles lado a lado. Um tem que aguardar. As esteiras são a última etapa. As empresas dizem que elas quebram com frequência. A Infraero nega. "Em Barcelona é muito rápido, coisa de dez, 15 minutos. Aqui tudo está lotado. O avião, a esteira, o aeroporto. Aí demora mesmo", diz a farmacêutica Juliana Hige, 32, que mora na Espanha. "Amo muito o Brasil, mas não dá para comparar." O aeroporto modelo no assunto é o Incheon, na Coreia do Sul, onde a primeira bagagem chega à esteira dez minutos após o avião pousar. Próximo Texto: "Não dá tempo nem para beber água", afirma funcionário Índice | Comunicar Erros |
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