São Paulo, Quarta-feira, 21 de Julho de 1999
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Suspeito de abuso sexual é preso em SP

ALESSANDRO SILVA
da Folha Ribeirão

O desempregado Carlos Alberto Donizeti de Oliveira, 35, é suspeito de ter abusado sexualmente de pelo menos 11 crianças nos últimos quatro anos na cidade de Franca (401 km de São Paulo).
Ele foi preso em flagrante ontem e, segundo a polícia, confessou em depoimento que abusou de 11 crianças. Outras três famílias de supostas vítimas denunciaram Oliveira após a sua prisão.
De acordo com informações da polícia, o garoto D.A., 11, enteado de Oliveira, disse que vinha sendo forçado a manter relações com ele desde os 7 anos.
""A perícia já constatou a violência sexual no menino", afirmou a delegada Graciela de Lourdes David Ambrósio, da DDM (Delegacia de Defesa da Mulher).
A partir dos nomes citados pelo suspeito, ontem de madrugada, a polícia começou a notificar as famílias e descobriu que o número de crimes pode ser maior.
O motorista Antonio (nome fictício) descobriu na delegacia que a filha F., 12, havia sido abusada há dois anos.
""Ele dormia e comia na minha casa. Nunca ia pensar que uma coisa dessas poderia acontecer", disse o pai à Folha ontem.
F. é a única garota vítima de abuso. O desempregado, segundo a polícia, abusava de meninos.
De acordo com a polícia, três vítimas ouvidas ontem disseram que Oliveira as convidava para ""fazer bobeira" e oferecia presentes como bicicletas, videogames e até dinheiro em troca.
A menina F., por exemplo, afirmou à Folha que recebeu R$ 10. Não houve relação completa, o que caracterizaria estupro.
O casal Roberto e Angela (nomes fictícios) procuram a DDM assim que souberam da prisão de Oliveira. O filho deles, P., 10, não sofreu violência, mas vinha sendo assediado pelo acusado.
""Ele me ofereceu uma bicicleta várias vezes para sair com ele", disse o menino ontem.
Ontem, os pais estavam ajudando a delegada a reunir testemunhas que teriam visto Oliveira agarrando e beijando crianças na rua. A polícia abriu inquérito e, por enquanto, investiga crime de atentado violento ao pudor, que é hediondo e inafiançável.
Em seu depoimento à polícia, Oliveira afirmou que não obrigava as vítimas, mas confirmou que oferecia presentes a elas.
A Folha tentou falar com Oliveira em Franca, mas ele há havia sido transferido para Itirapuã, onde está isolado. Até o início da noite de ontem, ele ainda não tinha advogado.


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