São Paulo, quarta-feira, 21 de agosto de 2002

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EDUCAÇÃO

Conselho Universitário aprovou ontem a criação de oito novos cursos; decisão foi criticada por alunos da FFLCH

USP oferece mais 520 vagas para 2003

DA REPORTAGEM LOCAL

O Conselho Universitário da USP (Universidade de São Paulo) aprovou ontem a criação de oito novos cursos de graduação e a oferta de mais 325 vagas para o vestibular de fim de ano. Somadas às 195 outras matrículas já autorizadas pelo conselho em junho, serão 520 novas vagas para o ano letivo de 2003, um aumento de 6,65% em relação a 2002, quando a oferta foi de 7.811 vagas.
Das matrículas extras, 430 são nos cursos que começam no próximo ano, a maioria nos campi do interior. A maior oferta implicará contratação de cerca de 180 docentes e um gasto de pelo menos R$ 7,8 milhões. As novas carreiras e vagas já constam do manual do candidato da Fuvest.
O campus da Escola de Engenharia de São Carlos ganhou três novos cursos: engenharia mecatrônica, engenharia elétrica com ênfase em sistemas de energia e automação e engenharia de computação. São 150 vagas no total.
A Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto terá as carreiras de fonoaudiologia, nutrição e metabolismo e informática biomédica, somando cem vagas. E o Instituto de Química, na capital, oferecerá os cursos de licenciatura em química e bacharelado em química ambiental, com 60 vagas ao todo.
No curso de bacharelado em matemática aplicada e computação científica, do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (também na capital), o número de vagas foi ampliado, passando de 10 para 25.

Protesto
A criação dos novos cursos foi criticada por cerca de 150 alunos da FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas) que, usando narizes de palhaço, protestaram em frente à reitoria da USP -onde ocorria a reunião do Conselho Universitário.
Os estudantes, que acabaram de sair de uma greve de mais de cem dias por causa da falta de professores, recepcionaram os membros do conselho com palmas, apitos e palavras de ordem. Rita de Cássia Braga, 26, do curso de letras, passava o chapéu entre os colegas, como se pedisse esmola. "Desculpe atrapalhar a manifestação; eu poderia estar roubando, mas só estou pedindo uns professores", dizia. Os alunos também cantaram paródias de músicas.
Eles não concordam com a contratação de professores para os novos cursos, argumentando que os 92 novos docentes concedidos à FFLCH pela reitoria em consequência do movimento grevista não são suficientes para solucionar os problemas da unidade.
A reitoria informou que a verba destinada à ampliação dos cursos não pode ser utilizada para a manutenção da universidade.


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