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EDUCAÇÃO
Estudiosos defendem ainda a criação de uma lei que estabeleça tetos; projeto está na Assembléia Legislativa
Especialistas querem menos alunos por sala
DA REPORTAGEM LOCAL
O número máximo de alunos
por classe estabelecido pela Secretaria Estadual da Educação é considerado incompatível com um
bom aprendizado. Essa é a avaliação de especialistas em ensino.
Atualmente, o que baliza a distribuição dos estudantes nas salas
é uma resolução de 1998, que fixa
em 35 o máximo de estudantes
por turma da 1ª à 4ª série do ensino fundamental; em 40 da 5ª à 8ª;
e em 45 no ensino médio.
Como é apenas uma resolução,
o governo estadual não é obrigado a obedecer esse teto nem sofre
sanção caso não respeite o limite.
"Com tanta gente na classe, a alternativa é ficar só nas aulas expositivas", disse César Minto, do departamento da Faculdade de Educação da USP que estuda a administração e a economia escolar.
Para ele, são necessárias atividades mais interativas, como trabalhos em grupo.
"Mas, se os grupos são muitos e
volumosos, até o nível de ruído
impede uma atividade assim",
afirmou Ângela Soligo, coordenadora-associada do curso de pedagogia da Unicamp. "Além disso, o
professor não terá tempo para dar
atenção a todos os grupos."
Não há um consenso entre os
pesquisadores em educação no
que diz respeito ao número exato
de alunos que cada classe deve ter,
mas defendem uma lei para isso.
Isso poderá ocorrer ainda neste
ano. Um projeto pronto para ser
votado na Assembléia Legislativa,
do deputado Roberto Felício
(PT), estipula que as classes na rede estadual deverão ter os seguintes limites: 25 alunos da 1ª à 4ª; 30
de 5ª à 8ª; e 35 no ensino médio.
Comparações
As classes no sistema estadual
de São Paulo são mais cheias do
que a média do ensino público
brasileiro, segundo os dados do
último Censo Escolar com essas
informações tabuladas (de 2003).
Da 1ª à 4ª série, por exemplo, as
escolas de São Paulo têm, em média, 32,5 alunos, ante 27,6 do sistema público nacional; no ensino
médio, a relação é 38,6 e 37,8.
Já a comparação do censo com
o Cadastro de Alunos da Secretaria Estadual da Educação, de maio
deste ano, indica que piorou a situação no sistema estadual de São
Paulo nos últimos dois anos.
No censo de 2003, a média de
alunos por turma no ensino fundamental ficou em 30,8; no cadastro de maio de 2005, as melhores
situações são as das regiões de Registro e São José do Rio Preto,
com 31,7. Na Grande São Paulo, a
média é de 35,4.
(FT)
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