São Paulo, domingo, 21 de agosto de 2005

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EDUCAÇÃO

Estudiosos defendem ainda a criação de uma lei que estabeleça tetos; projeto está na Assembléia Legislativa

Especialistas querem menos alunos por sala

DA REPORTAGEM LOCAL

O número máximo de alunos por classe estabelecido pela Secretaria Estadual da Educação é considerado incompatível com um bom aprendizado. Essa é a avaliação de especialistas em ensino.
Atualmente, o que baliza a distribuição dos estudantes nas salas é uma resolução de 1998, que fixa em 35 o máximo de estudantes por turma da 1ª à 4ª série do ensino fundamental; em 40 da 5ª à 8ª; e em 45 no ensino médio.
Como é apenas uma resolução, o governo estadual não é obrigado a obedecer esse teto nem sofre sanção caso não respeite o limite.
"Com tanta gente na classe, a alternativa é ficar só nas aulas expositivas", disse César Minto, do departamento da Faculdade de Educação da USP que estuda a administração e a economia escolar. Para ele, são necessárias atividades mais interativas, como trabalhos em grupo.
"Mas, se os grupos são muitos e volumosos, até o nível de ruído impede uma atividade assim", afirmou Ângela Soligo, coordenadora-associada do curso de pedagogia da Unicamp. "Além disso, o professor não terá tempo para dar atenção a todos os grupos."
Não há um consenso entre os pesquisadores em educação no que diz respeito ao número exato de alunos que cada classe deve ter, mas defendem uma lei para isso.
Isso poderá ocorrer ainda neste ano. Um projeto pronto para ser votado na Assembléia Legislativa, do deputado Roberto Felício (PT), estipula que as classes na rede estadual deverão ter os seguintes limites: 25 alunos da 1ª à 4ª; 30 de 5ª à 8ª; e 35 no ensino médio.

Comparações
As classes no sistema estadual de São Paulo são mais cheias do que a média do ensino público brasileiro, segundo os dados do último Censo Escolar com essas informações tabuladas (de 2003).
Da 1ª à 4ª série, por exemplo, as escolas de São Paulo têm, em média, 32,5 alunos, ante 27,6 do sistema público nacional; no ensino médio, a relação é 38,6 e 37,8.
Já a comparação do censo com o Cadastro de Alunos da Secretaria Estadual da Educação, de maio deste ano, indica que piorou a situação no sistema estadual de São Paulo nos últimos dois anos.
No censo de 2003, a média de alunos por turma no ensino fundamental ficou em 30,8; no cadastro de maio de 2005, as melhores situações são as das regiões de Registro e São José do Rio Preto, com 31,7. Na Grande São Paulo, a média é de 35,4. (FT)


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