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"Homens de Preto" antecipou buscas por satélite
SÉRGIO DÁVILA
DA REPORTAGEM LOCAL
No filme "Homens de Preto", o
personagem interpretado por
Tommy Lee Jones usava um mecanismo avançadíssimo, a que
apenas os homens de preto da ultra-secreta (e fictícia) agência
americana tinham acesso, para
localizar o endereço de sua ex-mulher e, com ajuda de um satélite, se aproximar, se aproximar, se
aproximar, até vê-la ao vivo, regando flores no jardim de casa.
O filme de Barry Sonnenfeld é
de 1997. Imagine o número de
"geeks" ("nerds", em português)
que assistiram à cena e pensaram:
"E por que não?"
Menos de oito anos depois, Sergey Brin e Larry Page, os dois
übergeeks de Mountain View, na
Califórnia, tornam a ficção realidade. Ou quase. Com um download e alguns cliques no Google
Earth você não vê sua ex-mulher
regando plantas, mas pode enxergar o teto da casa dela, a rua em
que ela mora e mesmo traçar o
percurso de carro que faz seu cheque de pensão até a conta dela.
Eu tenho o recurso em meu laptop desde que visitei a sede do
Google no semestre passado e seu
laboratório anunciou a novidade.
É impressionante. Digite, por
exemplo, "Church Street at Barclay Street", a esquina onde se encontrava uma das faces de uma
das torres do World Trade Center, em Nova York, e onde eu me
encontrava naquela manhã terrível de 11 de setembro de 2001.
Em vez dos escombros, você verá um carrinho vermelho mostrando que chegou ao local. Aproxime-se um pouco mais usando o
recurso do "zoom" e deixe a imagem em plano horizontal usando
o recurso "tilt down". Verá que
parte da parede ainda está lá, esperando a decisão política que
nem a prefeitura nem a população de Nova York tomou sobre o
que fazer com o local.
Mas rumemos a lugares mais
alegres. Digite "Central Park", e
pronto. Eis o reservatório onde os
esportistas correm, o lago do parque central de Manhattan, a ala
dos museus ao longo da Quinta
Avenida, com o inconfundível retângulo do Metropolitan e as ruas
que abrigam alguns dos prédios
mais caros do mundo.
Agora é hora de clicar no recurso "fly to" (voe para). Onde? "Sao
Paulo, Brazil". Em dez segundos
você faz uma viagem que dura nove horas. E cai num lugar em que
se destacam as vizinhas "Atalaia"
e "Capela". Erro feio. O Google
Earth conduziu o incauto viajante
à cidade homônima da capital
paulista no interior de Alagoas.
Falha grave. Digite "Sao Paulo,
Sao Paulo, Brazil". Mesmo resultado. O negócio é colocar "Brazil"
e encontrar a "cidade na mão".
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