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Orçamento alto adia aprovação de salvamento
DA AGÊNCIA FOLHA
A coordenadora-geral de meio
ambiente do Dnit, Angela Parente, afirma que o órgão ainda não
aprovou um projeto de salvamento dos sítios arqueológicos porque o orçamento do arqueólogo
Marco Aurélio Nadal De Masi
-R$ 2,9 milhões- é muito alto.
"Se por um lado eu tenho a
pressão do Ministério Público para cumprir a legislação ambiental,
eu também tenho de dar uma satisfação aqui, pois não posso fazer
uma coisa superfaturada", diz. A
coordenadora admite atraso no
cronograma por causa do valor.
Segundo Parente, as obras foram iniciadas sem o projeto, pois,
"no primeiro momento, não havia verbas". Sete meses depois, ela
diz que o arqueólogo aumentou o
valor, antes de R$ 1,8 milhão.
De Masi afirma que o próprio
Dnit pediu a revisão do projeto
inicial e que na nova proposta está
incluído também um curso de
educação patrimonial aos trabalhadores. "Isso é mais uma desculpa para ficar prorrogando."
Parente diz, no entanto, que o
valor é "caro" se comparado com
o que o órgão desembolsou no
trecho do Rio Grande do Sul, onde havia nove sítios arqueológicos
ao longo da rodovia. "Foi outra
época, mas foi R$ 180 mil."
"É difícil a negociação com o detentor do sítio [De Masi], pois eu
não tenho opção de contratar outros arqueólogos", diz. Uma portaria do Iphan dá o direito de o
responsável pela descoberta realizar o trabalho de resgate.
Para o superintendente do Dnit
em Santa Catarina, João José dos
Santos, "esse assunto já vem se arrastando". "Temos um relacionamento muito bom com o Iphan.
Não há polêmica", diz.
Em Brasília, o discurso de Parente é outro. "O Iphan tem que
compreender a situação e não
pressionar a gente. (...) A gente
tem que analisar [o projeto de salvamento]. Eu não posso assinar
no escuro um plano de trabalho."
Em relação à destruição do sítio
Treze de Maio, o supervisor do
Dnit na região Sul, o engenheiro
Avani Aguiar de Sá, disse que
houve um "mal-entendido". "O
encarregado fez umas três viagens
[com terra] no sítio lá, que já tinha
sido limpo. Foi falta de informação. O pessoal sabia que era na região, mas não estava demarcado."
Campeã de acidentes
Uma das campeãs em mortes
no trânsito no país, a BR-101 registrou no primeiro semestre 98
vítimas fatais só em Santa Catarina. Foram 2.554 acidentes com
1.523 vítimas -345 com ferimentos graves, de acordo com a Polícia Rodoviária Federal.
No trecho já duplicado, o número de acidentes foi 60% maior
(mesmo ele sendo 32 km menor
em extensão). Foram 1.572 acidentes, contra 982 da parte da rodovia ainda em obras.
No trecho não duplicado, o único dado alarmante é a razão de
mortos por acidente: um a cada
16. Na outra ponta da pista, o índice cai para um a cada 40.
Outro objetivo da duplicação é
aumentar a capacidade de exportação e importação do país e estimular o turismo na região.
O custo estimado das obras,
previstas para serem concluídas
em 2008, é de R$ 1,1 bilhão. São
249,3 km, divididos em oito lotes
licitados.
(TR)
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