São Paulo, domingo, 21 de agosto de 2005

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Orçamento alto adia aprovação de salvamento

DA AGÊNCIA FOLHA

A coordenadora-geral de meio ambiente do Dnit, Angela Parente, afirma que o órgão ainda não aprovou um projeto de salvamento dos sítios arqueológicos porque o orçamento do arqueólogo Marco Aurélio Nadal De Masi -R$ 2,9 milhões- é muito alto.
"Se por um lado eu tenho a pressão do Ministério Público para cumprir a legislação ambiental, eu também tenho de dar uma satisfação aqui, pois não posso fazer uma coisa superfaturada", diz. A coordenadora admite atraso no cronograma por causa do valor.
Segundo Parente, as obras foram iniciadas sem o projeto, pois, "no primeiro momento, não havia verbas". Sete meses depois, ela diz que o arqueólogo aumentou o valor, antes de R$ 1,8 milhão.
De Masi afirma que o próprio Dnit pediu a revisão do projeto inicial e que na nova proposta está incluído também um curso de educação patrimonial aos trabalhadores. "Isso é mais uma desculpa para ficar prorrogando."
Parente diz, no entanto, que o valor é "caro" se comparado com o que o órgão desembolsou no trecho do Rio Grande do Sul, onde havia nove sítios arqueológicos ao longo da rodovia. "Foi outra época, mas foi R$ 180 mil."
"É difícil a negociação com o detentor do sítio [De Masi], pois eu não tenho opção de contratar outros arqueólogos", diz. Uma portaria do Iphan dá o direito de o responsável pela descoberta realizar o trabalho de resgate.
Para o superintendente do Dnit em Santa Catarina, João José dos Santos, "esse assunto já vem se arrastando". "Temos um relacionamento muito bom com o Iphan. Não há polêmica", diz.
Em Brasília, o discurso de Parente é outro. "O Iphan tem que compreender a situação e não pressionar a gente. (...) A gente tem que analisar [o projeto de salvamento]. Eu não posso assinar no escuro um plano de trabalho."
Em relação à destruição do sítio Treze de Maio, o supervisor do Dnit na região Sul, o engenheiro Avani Aguiar de Sá, disse que houve um "mal-entendido". "O encarregado fez umas três viagens [com terra] no sítio lá, que já tinha sido limpo. Foi falta de informação. O pessoal sabia que era na região, mas não estava demarcado."

Campeã de acidentes
Uma das campeãs em mortes no trânsito no país, a BR-101 registrou no primeiro semestre 98 vítimas fatais só em Santa Catarina. Foram 2.554 acidentes com 1.523 vítimas -345 com ferimentos graves, de acordo com a Polícia Rodoviária Federal.
No trecho já duplicado, o número de acidentes foi 60% maior (mesmo ele sendo 32 km menor em extensão). Foram 1.572 acidentes, contra 982 da parte da rodovia ainda em obras.
No trecho não duplicado, o único dado alarmante é a razão de mortos por acidente: um a cada 16. Na outra ponta da pista, o índice cai para um a cada 40.
Outro objetivo da duplicação é aumentar a capacidade de exportação e importação do país e estimular o turismo na região.
O custo estimado das obras, previstas para serem concluídas em 2008, é de R$ 1,1 bilhão. São 249,3 km, divididos em oito lotes licitados. (TR)


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