São Paulo, sexta-feira, 21 de agosto de 2009

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BB e Caixa ignoram orientação sobre grávida

Bancos estatais não seguem a recomendação de afastar as gestantes do trabalho devido ao risco de contraírem gripe suína

Segundo a Folha apurou, instituições disseram que, por serem públicas, adoção da medida poderia abrir precedente no funcionalismo


SHEILA D'AMORIM
LARISSA GUIMARÃES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal se recusam a adotar a orientação da Febraban de afastar temporariamente as grávidas do trabalho por causa do risco da gripe suína.
Os dois são os únicos entre os grandes bancos brasileiros a adotar essa conduta. O governo federal, ao qual BB e Caixa são ligados, é que comanda a estratégia de defesa do país contra o vírus da nova gripe.
Como são orientações, elas não precisam obrigatoriamente serem implantadas.
A Folha apurou que BB e Caixa argumentaram na Febraban (Federação Brasileira de Bancos) que são empresas públicas e que a adoção da medida poderia abrir precedente para todo o funcionalismo.
BB e a Caixa tentaram retirar do texto divulgado pela federação, há uma semana, a menção específica às grávidas.
No dia 13 deste mês, a Febraban orientou seus associados a afastar as gestantes, que teriam prazo de dez dias para procurar um médico e pedir um relatório recomendando a permanência ou o afastamento.
A Folha procurou os cinco maiores bancos do país para saber se estavam seguindo a recomendação. Bradesco, Itaú/ Unibanco e Santander informaram que seguem a medida.
O BB disse, por meio da sua assessoria, que transferiu as gestantes do atendimento direto ao público para funções internas e que ainda analisa se adotará as recomendações específicas para esses casos.
A Caixa disse, também via assessoria, que, como empresa pública, adota as medidas fixadas pelo Ministério da Saúde.
Em nota enviada à Folha, não faz menção específica a grávidas. Diz apenas que entre as medidas gerais adotadas está o afastamento dos empregados, condicionado à decisão do médico responsável.
Tanto a CEF quanto o BB passaram a seguir outras recomendações da Febraban, como disponibilização de álcool gel nas agências e orientação para as empresas responsáveis pela limpeza intensificarem a higienização de maçanetas, botões de elevadores e torneiras.
Questionado pela Folha, o Ministério da Saúde informou que, assim como não recomendou o adiamento da volta às aulas para todo o país, não há recomendação geral para afastamento de grávidas do trabalho.
O protocolo do ministério recomenda que as grávidas evitem aglomerações e procurem um médico imediatamente ao surgirem sintomas.


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