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FOCO
Publicidade de banco na USP recebe crítica de professores
DE SÃO PAULO
Os sorrisos simpáticos de
dois jovens causaram mau
humor em docentes da USP.
Não pelos sorrisos em si, mas
pelo fato de eles estarem na
Cidade Universitária em propagandas do banco Itaú, que
busca atrair estudantes para
seu programa de estágio.
Foram espalhados pelo
campus dez totens, de cerca
de 1,20 m por 1,80 m, onde há
o logotipo da empresa e dados sobre a iniciativa. Em alguns aparece um rapaz; em
outros, uma jovem. Ambos
têm pinta de bem-sucedidos.
"Se você passa de carro,
parece uma simples propaganda do banco. Achei
agressivo, considerando que
estamos dentro de uma universidade pública", afirmou
a docente Heloísa Borsari, do
Instituto de Matemática e Estatística e diretora da Adusp
(sindicato dos professores).
"Nunca vi isso na USP. Parece que a universidade está
apoiando o programa de estágio de um banco", disse
um professor, ex-diretor de
unidade, que trabalha na
USP há mais de 20 anos e pediu para não ser identificado.
Apesar de causar críticas
internas na escola, a publicidade não fere a Lei Cidade
Limpa, pois o campus é considerado zona de exceção.
A assessoria de imprensa
da USP disse que os recursos
recebidos pela cessão dos espaços são revertidos para
melhorias do campus. Disse
ainda que a iniciativa não é
inédita. Os valores não foram
informados à reportagem.
O Itaú afirmou em nota
que tem "bom relacionamento há anos com a USP e suas
faculdades, sempre em busca de recrutar jovens talentos
para programas de atração".
O banco disse que usou espaços cedidos pela própria
universidade para ações de
comunicação. O programa
de estágio também foi apresentado em outras instituições privadas da capital. A
prioridade da campanha, porém, foram redes sociais.
Além dos totens, o campus
também recebeu propagandas em seus relógios de rua.
(FÁBIO TAKAHASHI)
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