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ADMINISTRAÇÃO
Irregular há um ano, estabelecimento ocupa área que pode ser tombada por ter vegetação original da cidade
Estacionamento na Paulista é interditado
AFRA BALAZINA
DA REPORTAGEM LOCAL
O estacionamento Lety-Park,
que fica na esquina da avenida
Paulista com a alameda Ministro
Rocha Azevedo (zona oeste), foi
fechado pela Prefeitura de São
Paulo anteontem, após um ano
sem alvará de funcionamento.
Foram colocados blocos de concreto para bloquear a entrada.
Na área há a última mancha de
cobertura vegetal original da cidade de São Paulo e, por isso, o terreno está em estudo para ser tombado pelo Condephaat (conselho
estadual de preservação).
Outros nove estacionamentos
de São Paulo, na região central da
cidade, podem ser fechados na
próxima semana pela prefeitura.
Segundo a Subprefeitura de Pinheiros, que lacrou o local, a Lety-Park não tem a autorização do
Condephaat para continuar a
exercer suas atividades no local.
A Folha tentou ouvir a gerência
da Lety-Park, mas não houve resposta até a conclusão da edição.
A área se tornou patrimônio
ambiental por um decreto estadual de 1989, e as árvores existentes no terreno não podem ser cortadas -algumas são protegidas
com triângulos de madeira para
que os carros não encostem nelas.
Uma lei municipal também a considera parte da vegetação significativa de São Paulo e o Conpresp
(conselho municipal de preservação) a tombou em 1992.
Um funcionário da Justiça Federal que paga R$ 80 para deixar o
carro no estacionamento ficou
nervoso ontem quando soube do
fechamento. "Paguei R$ 10 para
deixar meu carro em outro lugar
hoje. Quero que a Lety-Park devolva o que já paguei pelo mês e
me reembolse pelo gasto extra."
Um dos manobristas, Roberto
Ulisses, disse que não sabia por
que haviam fechado o estacionamento e afirmou que estava cumprindo seu horário. "Não quero
perder meu emprego", disse.
De acordo com o presidente do
Condephaat, José Roberto Melhem, o que interessa ao conselho
é a área de mata. "Não importa
qual será o uso do local. Nós nos
importamos com a preservação
da mancha de vegetação."
Na mira
Os demais estabelecimentos em
risco de fechamento ficam nas
ruas Benjamin Constant, Riachuelo e Senador Feijó, nunca foram regularizados e desde maio
vêm sendo fiscalizados pela Subprefeitura da Sé.
Foi dado um prazo para apresentação de documentos, o que
não foi feito. Intimados, eles devem encerrar as atividades ou se
regularizar em dez dias. Antes dos
estacionamentos, comércios funcionavam nesses locais e, por isso,
os terrenos deles são pequenos.
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