São Paulo, quarta-feira, 21 de setembro de 2005

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ADMINISTRAÇÃO

Irregular há um ano, estabelecimento ocupa área que pode ser tombada por ter vegetação original da cidade

Estacionamento na Paulista é interditado

AFRA BALAZINA
DA REPORTAGEM LOCAL

O estacionamento Lety-Park, que fica na esquina da avenida Paulista com a alameda Ministro Rocha Azevedo (zona oeste), foi fechado pela Prefeitura de São Paulo anteontem, após um ano sem alvará de funcionamento. Foram colocados blocos de concreto para bloquear a entrada.
Na área há a última mancha de cobertura vegetal original da cidade de São Paulo e, por isso, o terreno está em estudo para ser tombado pelo Condephaat (conselho estadual de preservação).
Outros nove estacionamentos de São Paulo, na região central da cidade, podem ser fechados na próxima semana pela prefeitura.
Segundo a Subprefeitura de Pinheiros, que lacrou o local, a Lety-Park não tem a autorização do Condephaat para continuar a exercer suas atividades no local.
A Folha tentou ouvir a gerência da Lety-Park, mas não houve resposta até a conclusão da edição.
A área se tornou patrimônio ambiental por um decreto estadual de 1989, e as árvores existentes no terreno não podem ser cortadas -algumas são protegidas com triângulos de madeira para que os carros não encostem nelas. Uma lei municipal também a considera parte da vegetação significativa de São Paulo e o Conpresp (conselho municipal de preservação) a tombou em 1992.
Um funcionário da Justiça Federal que paga R$ 80 para deixar o carro no estacionamento ficou nervoso ontem quando soube do fechamento. "Paguei R$ 10 para deixar meu carro em outro lugar hoje. Quero que a Lety-Park devolva o que já paguei pelo mês e me reembolse pelo gasto extra."
Um dos manobristas, Roberto Ulisses, disse que não sabia por que haviam fechado o estacionamento e afirmou que estava cumprindo seu horário. "Não quero perder meu emprego", disse.
De acordo com o presidente do Condephaat, José Roberto Melhem, o que interessa ao conselho é a área de mata. "Não importa qual será o uso do local. Nós nos importamos com a preservação da mancha de vegetação."

Na mira
Os demais estabelecimentos em risco de fechamento ficam nas ruas Benjamin Constant, Riachuelo e Senador Feijó, nunca foram regularizados e desde maio vêm sendo fiscalizados pela Subprefeitura da Sé.
Foi dado um prazo para apresentação de documentos, o que não foi feito. Intimados, eles devem encerrar as atividades ou se regularizar em dez dias. Antes dos estacionamentos, comércios funcionavam nesses locais e, por isso, os terrenos deles são pequenos.


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