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DATAFOLHA
Administração petista é considerada ótima ou boa por 36% dos eleitores paulistanos; índice é o melhor desde a posse
Marta Suplicy atinge pico de aprovação
SÍLVIA CORRÊA
DA REPORTAGEM LOCAL
Após um ano e dez meses à frente da Prefeitura de São Paulo, a
prefeita Marta Suplicy (PT) atinge
a sua maior taxa de aprovação:
para 36% dos eleitores paulistanos o governo de Marta é ótimo
ou bom, de acordo com a última
pesquisa feita pelo Datafolha. Outros 34% dos entrevistados classificaram a gestão como regular, e
28% como ruim ou péssima.
A aprovação é similar aos 39%
obtidos pelo ex-prefeito Paulo
Maluf (PPB) após dois anos de
governo e supera os índices de
Luiza Erundina (22%), Jânio
Quadros (19%) e Celso Pitta (11%)
aferidos nesse mesmo período.
O Datafolha ouviu 1.398 paulistanos na última sexta-feira. A nota média atribuída ao governo de
Marta Suplicy foi de 5,3.
O resultado evidencia uma recuperação da popularidade da
prefeita: além do pico de popularidade, pela primeira vez desde
abril do ano passado o universo
de entrevistados que aprovam sua
gestão supera o dos descontentes.
Ainda assim, a porcentagem de
aprovação é bem menor do que
os 56% que, antes da posse de
Marta, esperavam dela um bom
desempenho no governo.
Desde 1º de janeiro de 2001, o
Datafolha fez sete levantamentos
para aferir a satisfação do paulistano com a administração.
Antes da última pesquisa, a melhor marca de Marta havia sido
obtida em abril de 2001, quando
34% achavam a gestão ótima ou
boa -taxa similar à atual, já que a
margem de erro do levantamento
é de três pontos percentuais. Sua
reprovação na época era de 14%
-a metade da registrada hoje.
De abril a junho daquele ano, a
popularidade da prefeita só caiu,
chegando a magros 20%, contra
42% de reprovação -seus piores
índices nas pesquisas.
O ápice da insatisfação sucedeu
episódios desgastantes -como o
aumento da tarifa de ônibus de R$
1,15 para R$ 1,40 e a falta de pessoal na saúde após o fim do PAS
(Plano de Atendimento à Saúde).
"Eu já esperava dificuldades nas
pesquisas. Reestruturamos a saúde e o transporte com medidas
amargas para tirar São Paulo da
UTI", disse a prefeita na época.
Para reverter o cenário de rejeição, a prefeitura iniciou uma
campanha publicitária no rádio e
na TV. Nos meses seguintes, conseguiu sinais de recuperação: o índice de ótimo/bom do governo
não caiu abaixo de 20%, e a taxa
de reprovação passou a apresentar quedas sucessivas.
Agora, avalia a assessoria de
Marta, o salto de 11 pontos percentuais em sua popularidade,
captado de fevereiro a outubro,
reflete "um reconhecimento da
população". A prefeita não quis
comentar os números.
O "reconhecimento" citado
coincide com dados bem objetivos. Além de a administração
paulistana ter virado vedete nos
programas eleitorais petistas, o
gasto próprio com publicidade já
chegou a R$ 37,9 milhões -contra R$ 23,1 milhões em 2001.
Soma-se a isso o aumento vertiginoso dos beneficiários dos programas sociais -passaram de 95
mil em março para 248 mil hoje- e a implantação do Vai-e-Volta, que oferece transporte a 72
mil estudantes, uniforme a 800
mil e material a 925 mil.
Segundo a assessoria de Marta,
a prefeita acredita ter hoje uma
avaliação melhor que a de seus
antecessores conseguiram no
mesmo período de governo.
Não há, porém, como comprovar essa teoria, pois os outros prefeitos não foram avaliados pelo
Datafolha quando completaram
um ano e dez meses de governo.
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