São Paulo, segunda-feira, 21 de outubro de 2002

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DATAFOLHA

Administração petista é considerada ótima ou boa por 36% dos eleitores paulistanos; índice é o melhor desde a posse

Marta Suplicy atinge pico de aprovação

SÍLVIA CORRÊA
DA REPORTAGEM LOCAL

Após um ano e dez meses à frente da Prefeitura de São Paulo, a prefeita Marta Suplicy (PT) atinge a sua maior taxa de aprovação: para 36% dos eleitores paulistanos o governo de Marta é ótimo ou bom, de acordo com a última pesquisa feita pelo Datafolha. Outros 34% dos entrevistados classificaram a gestão como regular, e 28% como ruim ou péssima.
A aprovação é similar aos 39% obtidos pelo ex-prefeito Paulo Maluf (PPB) após dois anos de governo e supera os índices de Luiza Erundina (22%), Jânio Quadros (19%) e Celso Pitta (11%) aferidos nesse mesmo período.
O Datafolha ouviu 1.398 paulistanos na última sexta-feira. A nota média atribuída ao governo de Marta Suplicy foi de 5,3.
O resultado evidencia uma recuperação da popularidade da prefeita: além do pico de popularidade, pela primeira vez desde abril do ano passado o universo de entrevistados que aprovam sua gestão supera o dos descontentes.
Ainda assim, a porcentagem de aprovação é bem menor do que os 56% que, antes da posse de Marta, esperavam dela um bom desempenho no governo.
Desde 1º de janeiro de 2001, o Datafolha fez sete levantamentos para aferir a satisfação do paulistano com a administração.
Antes da última pesquisa, a melhor marca de Marta havia sido obtida em abril de 2001, quando 34% achavam a gestão ótima ou boa -taxa similar à atual, já que a margem de erro do levantamento é de três pontos percentuais. Sua reprovação na época era de 14% -a metade da registrada hoje.
De abril a junho daquele ano, a popularidade da prefeita só caiu, chegando a magros 20%, contra 42% de reprovação -seus piores índices nas pesquisas.
O ápice da insatisfação sucedeu episódios desgastantes -como o aumento da tarifa de ônibus de R$ 1,15 para R$ 1,40 e a falta de pessoal na saúde após o fim do PAS (Plano de Atendimento à Saúde).
"Eu já esperava dificuldades nas pesquisas. Reestruturamos a saúde e o transporte com medidas amargas para tirar São Paulo da UTI", disse a prefeita na época.
Para reverter o cenário de rejeição, a prefeitura iniciou uma campanha publicitária no rádio e na TV. Nos meses seguintes, conseguiu sinais de recuperação: o índice de ótimo/bom do governo não caiu abaixo de 20%, e a taxa de reprovação passou a apresentar quedas sucessivas.
Agora, avalia a assessoria de Marta, o salto de 11 pontos percentuais em sua popularidade, captado de fevereiro a outubro, reflete "um reconhecimento da população". A prefeita não quis comentar os números.
O "reconhecimento" citado coincide com dados bem objetivos. Além de a administração paulistana ter virado vedete nos programas eleitorais petistas, o gasto próprio com publicidade já chegou a R$ 37,9 milhões -contra R$ 23,1 milhões em 2001.
Soma-se a isso o aumento vertiginoso dos beneficiários dos programas sociais -passaram de 95 mil em março para 248 mil hoje- e a implantação do Vai-e-Volta, que oferece transporte a 72 mil estudantes, uniforme a 800 mil e material a 925 mil.
Segundo a assessoria de Marta, a prefeita acredita ter hoje uma avaliação melhor que a de seus antecessores conseguiram no mesmo período de governo.
Não há, porém, como comprovar essa teoria, pois os outros prefeitos não foram avaliados pelo Datafolha quando completaram um ano e dez meses de governo.


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