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VIOLÊNCIA
Patrulha foi chamada para intervir em tiroteio em São Bernardo do Campo; mortes ocorreram em suposto confronto
Policial morre, e PM mata cinco em favela
DO "AGORA"
Seis pessoas morreram -um
PM e cinco civis- durante uma
ação da Polícia Militar em uma favela de São Bernardo do Campo
(Grande SP) ontem.
Os policiais do 6º Batalhão da
PM chegaram à favela da Farina
por volta das 2h30, depois de terem recebido uma denúncia de tiroteio em uma festa infantil.
Na favela, o tenente Douglas Alfredo da Silva, 35, foi morto com
um tiro na cabeça. Em seguida, os
policiais mataram cinco homens.
Os PMs chegaram à favela em
cinco veículos e desceram deles
para subir uma viela. De acordo
com a versão dos policiais, os infratores estavam de guarda sobre
as lajes de dois sobrados. Quando
os policiais apareceram, ainda segundo a polícia, receberam tiros
que vinham do alto. "Foi uma
emboscada", disse o major Ronaldo Ribeiro dos Santos.
O tenente Douglas da Silva foi
atingido por um tiro na mão e outro na cabeça. O sargento Eduardo Parra Marin, 35, foi baleado na
perna e de raspão no pescoço.
Em seguida, segundo o major
Santos, a PM revidou os tiros, e o
bando desceu os sobrados. Nesse
momento, cinco deles teriam sido
baleados e mortos nas escadarias
da viela.
A polícia diz ter apreendido
uma carabina calibre 12, três pistolas calibre 380, uma pistola calibre 45 e três revólveres. O caso foi
registrado no 1º DP.
Os mortos são Odilon Júlio da
Silveira, 27, João Ferreira da Silva,
28, Nílton Garcia dos Santos, 19, e
os irmãos Wilson, 26, e Odair
Costa Souza, 19. Dos cinco, somente Odilon e João tinham passagem pela polícia -por roubo e
porte ilegal de arma, respectivamente. A polícia afirma ainda que
os irmãos Odair e Wilson eram
traficantes -embora não tivessem passagem.
Outra versão
A versão da PM é contestada
por uma testemunha, que não pode ser identificada. Ela afirma que
os homens mortos pela PM deixaram a casa em que estariam escondidos seguindo ordens da polícia. Antes, os policiais teriam arrombado o portão da residência.
A testemunha também disse
que dois dos homens haviam invadido a casa fugindo da PM, outros dois -Odair e Wilson- já
moravam ali, e que um terceiro
estaria escondido no telhado.
Policiais teriam dito a eles para
que os cinco saíssem "um a um" e
com "as mãos na cabeça". Em seguida, disse a testemunha, ouviram-se tiros.
A PM nega a versão, mas a corregedoria da corporação vai abrir
sindicância para apurar a ação
dos policias neste caso.
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