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Justiça decide destino de acusados por morte de garçom
JAIRO MARQUES
DA AGÊNCIA FOLHA
A Justiça de Porto Seguro, na
Bahia, deve decidir hoje se os sete
jovens acusados de matar a cadeiradas, socos e pontapés o garçom
Nelson Simões dos Santos, 39, podem ser transferidos para Brasília,
cidade onde moram e estudam. O
crime aconteceu na noite da última quinta-feira, dia 17.
A delegada Antônia Valadares,
que foi responsável pela prisão
dos jovens em flagrante e que os
indiciou por homicídio qualificado, pediu reforços à Polícia Militar para garantir que a integridade
dos acusados seja mantida.
"A população está indignada e
revoltada. Ontem [anteontem"
passaram com o corpo do rapaz
[o garçom Nelson Simões dos
Santos" aqui em frente na hora do
enterro. A situação é muito complicada", afirmou Valadares.
Fernando Ferreira von Sperling,
Victor Tadeu Antunes Araújo,
Artur Alencar Ferreira de Melo,
Mauro Coelho de Souza e Thiago
Barroso Marnet, todos com 19
anos, e mais dois adolescentes de
17 anos estão detidos na Delegacia
de Proteção ao Turista, em Porto
Seguro. Os garotos mais novos
não estão em celas, segundo informações da polícia local.
Discussão e morte
O crime que vitimou o garçom
teria ocorrido por volta das 23h da
quinta, horas depois de os rapazes
terem chegado ao restaurante onde trabalhava Santos, de acordo
com a versão do inquérito policial, já encaminhado à Justiça.
Segundo testemunhas ouvidas
pela polícia -17 ao todo-, os rapazes ficaram sentados em uma
mesa, por cerca de duas horas,
sem pedir nada para consumir.
Santos teria se aproximado e
pedido aos rapazes que saíssem
do local, já que não estavam usando os serviços do restaurante.
Os relatos afirmam que houve
bate-boca e um dos jovens, para
provocar o garçom, teria derrubado na mesa um pouco da bebida
que trazia na mão. A partir daí, seguiu-se a confusão que terminou
com a morte de Santos, cerca de
30 minutos depois, em decorrência dos golpes que recebeu.
"Nenhum dos rapazes (que estavam havia cinco dias na cidade a
passeio) quis prestar depoimento,
o que é direito deles, que preferem
falar à Justiça. Mas, dessa forma,
não houve como individualizar os
crimes, e foram todos indiciados
por homicídio qualificado [com
pena máxima prevista de 30 anos
de prisão"", informou a delegada.
Os dois menores do grupo serão
entregues hoje ao Ministério Público. Conforme diz o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), o órgão poderá adverti-los ou
sugerir à Justiça que eles cumpram serviços à comunidade ou
ainda sejam internados em estabelecimento educacional.
A Agência Folha não conseguiu
falar ontem com nenhum dos advogados contratos pelas famílias
dos jovens. Em entrevista à imprensa local, a mãe de um dos garotos afirmou que o filho "jamais
entrou em confusão".
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