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Por "respeito", Felipe viveu 20 min
DA REPORTAGEM LOCAL
O engenheiro Paulo Tominaga,
34, e sua mulher, Marcia, 33, agora estão felizes. Há quatro meses,
tiveram Rafael, um menino alegre
e saudável. Mas eles nunca esquecerão o dia 17 de junho do ano
passado, quando nasceu o segundo filho do casal, a quem deram o
nome de Felipe, um anencéfalo.
Felipe viveu apenas 20 minutos.
Chegou a ser acariciado, já morto,
pelo pai. "De touquinha, ele parecia uma criança normal", lembra
Tominaga.
A descoberta da doença do filho
aconteceu aos três meses de gestação. "Foi uma dor profunda, mas
era filho do mesmo jeito", lembra.
Ao ser perguntado por que o casal resolveu dar prosseguimento à
gestação, mesmo sabendo que o
filho não sobreviveria, Tominaga
responde com outra pergunta.
"Por que o desprezaríamos?"
"O médico que diagnosticou a
anencefalia do Felipe disse para a
Marcia que havia a possibilidade
de irmos à Justiça, para obter uma
autorização de interrupção da
gestação. Mas a Marcia não quis
nem escutá-lo", diz o engenheiro.
"O Felipe teria uma vida breve de
todo modo. Que ela, curta como
era, fosse pelo menos respeitada."
A família, que mora em Brasília,
é católica. Mas o pai de Pedro
Paulo, 3, e, recentemente, de Rafael diz que a religião não foi preponderante na decisão de levar
até o fim a gestação de Felipe.
"Nós não aceitamos que uma pessoa seja eliminada simplesmente
porque não é da maneira como
nós gostaríamos que fosse."
(LC)
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