São Paulo, quinta-feira, 21 de outubro de 2004

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UTI SUSPEITA

A causa teria sido infecção generalizada

Promotoria investiga a morte de 19 bebês em hospital de Paraíba

EDUARDO DE OLIVEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA

O Ministério Público Estadual investiga a morte de 19 bebês, de junho até o dia 13 deste mês, internados na UTI neonatal do Isea (Instituto de Saúde Elpídio de Almeida), em Campina Grande (PB), que teriam sido causadas por infecção generalizada.
O hospital é referência na região e faz, em média, 400 partos por mês, de acordo com a Secretaria Municipal da Saúde. A reportagem não conseguiu obter ontem a informação sobre a média de mortes na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) para comparação.
Além do Ministério Público Estadual, uma comissão de técnicos do Ministério da Saúde está na cidade investigando o caso.
O inquérito foi aberto na sexta-feira e é conduzido pelo promotor Herbert Targino. Ele disse que o estopim foi a interdição da UTI neonatal no dia 13.
No dia 30 de setembro, o secretário da Saúde de Campina Grande, André Luís Bonifácio de Carvalho, autorizou a execução de hemoculturas (exames) em amostras de sangue de bebês internados e em tubos de aparelhos respiratórios. No dia 4 de outubro, foi divulgado o resultado, que apontava contaminação.
O promotor quer saber se houve negligência, após os exames. "O secretário disse que estava fora da Paraíba. Então, a direção do hospital terá de responder quais foram as providências", disse.

Problemas
A superlotação e a falta de um médico diarista são apontadas como os principais problemas na UTI do Isea, segundo os depoimentos. A pediatra Marta Lúcia de Albuquerque, do Comitê de Mortalidade Materno-Infantil do município, criticou também o que caracterizou como "ineficiência" do controle de infecções.
Denise Amorim, coordenadora da UTI neonatal, disse que denunciou à direção casos de reutilização de material descartável.
A diretora administrativa do Isea, Terezinha Leal, confirmou à Promotoria que o hospital não dispõe de médico diarista.


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