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UTI SUSPEITA
A causa teria sido infecção generalizada
Promotoria investiga a morte de 19 bebês em hospital de Paraíba
EDUARDO DE OLIVEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA
O Ministério Público Estadual
investiga a morte de 19 bebês, de
junho até o dia 13 deste mês, internados na UTI neonatal do Isea
(Instituto de Saúde Elpídio de Almeida), em Campina Grande
(PB), que teriam sido causadas
por infecção generalizada.
O hospital é referência na região
e faz, em média, 400 partos por
mês, de acordo com a Secretaria
Municipal da Saúde. A reportagem não conseguiu obter ontem a
informação sobre a média de
mortes na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) para comparação.
Além do Ministério Público Estadual, uma comissão de técnicos
do Ministério da Saúde está na cidade investigando o caso.
O inquérito foi aberto na sexta-feira e é conduzido pelo promotor
Herbert Targino. Ele disse que o
estopim foi a interdição da UTI
neonatal no dia 13.
No dia 30 de setembro, o secretário da Saúde de Campina Grande, André Luís Bonifácio de Carvalho, autorizou a execução de
hemoculturas (exames) em
amostras de sangue de bebês internados e em tubos de aparelhos
respiratórios. No dia 4 de outubro, foi divulgado o resultado,
que apontava contaminação.
O promotor quer saber se houve negligência, após os exames.
"O secretário disse que estava fora
da Paraíba. Então, a direção do
hospital terá de responder quais
foram as providências", disse.
Problemas
A superlotação e a falta de um
médico diarista são apontadas como os principais problemas na
UTI do Isea, segundo os depoimentos. A pediatra Marta Lúcia
de Albuquerque, do Comitê de
Mortalidade Materno-Infantil do
município, criticou também o
que caracterizou como "ineficiência" do controle de infecções.
Denise Amorim, coordenadora
da UTI neonatal, disse que denunciou à direção casos de reutilização de material descartável.
A diretora administrativa do
Isea, Terezinha Leal, confirmou à
Promotoria que o hospital não
dispõe de médico diarista.
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