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SAÚDE/NUTRIÇÃO
60% das dietas não têm acompanhamento médico
Maioria faz regime sem consultar nutricionista, o que envolve riscos à saúde
19% dos entrevistados afirmaram fazer algum tipo de dieta; jovens entre 18 e 30 anos são os que menos procuram orientação
MÁRCIO PINHO
DA REPORTAGEM LOCAL
Simpatias, livros, balança ou
simplesmente fechar a boca são
artifícios muito usados por
quem quer manter a forma ou
emagrecer por conta própria.
Uma pesquisa recente mostrou
que esse grupo dos que não
procuram a orientação de um
médico ao fazer uma dieta corresponde a 60% dos brasileiros
de classe alta e média (A, B e C).
O estudo do Instituto Dante
Pazzanese de Cardiologia verificou que entre 1.500 pessoas
residentes em oito capitais brasileiras, 283 (19%) fazem dietas. Desse total, apenas 114
(40%) consultam um médico
sobre como se alimentar para
perder ou ganhar peso. Segundo especialistas, uma dieta por
conta própria pode dar certo,
mas envolve muitos riscos.
Daniel Magnoni, chefe da seção de nutrição clínica do hospital e coordenador da pesquisa, diz que a dieta pode ter o
efeito contrário e quem quer
emagrecer pode engordar. Isso
porque é preciso não só um conhecimento sobre os alimentos, mas também sobre o próprio corpo para determinar a
alimentação ideal.
"A pessoa tem que ter um
plano de dieta individualizado,
que considere não só altura e
peso, mas a composição do corpo e o gasto de energia."
Segundo ele, usar revistas
com dicas de receitas e que trazem apenas as calorias dos alimentos é um método errado,
porque não são elas que determinam uma alimentação saudável. "Pode acontecer uma deficiência de vitaminas e minerais nesses casos", diz.
Uma dieta só com o número
de calorias necessárias por refeição ou por dia não é aconselhável, segundo os médicos. Isso porque a quantidade indicada pode ser encontrada tanto
em um prato balanceado com
em um chocolate, por exemplo.
De acordo com a nutróloga
Daniela Hueb, o primeiro passo
para quem quer perder peso é
fazer exames para saber por
que motivo está acima do peso,
para verificar, por exemplo, se
tem problemas de colesterol ou
diabetes, que influenciarão na
escolha dos alimentos.
Ela diz que, ao contrário do
que algumas pessoas imaginam, ficar muito tempo sem
comer não é uma boa tática para emagrecer. "No jejum prolongado, o organismo entende
que há escassez de alimento ou
desnutrição e tenta reter ao
máximo as energias", afirma.
Segundo ela, para emagrecer,
além de procurar um profissional de saúde, é aconselhável
"consumir mais proteínas, moderar nas gorduras saudáveis e
carboidratos e pensar nos nutrientes, não nas calorias. Atividades físicas são importantes".
Pesquisa
Os jovens com idades entre
18 e 30 anos são os que menos
procuram médicos, diz a pesquisa. Eles representam 21%
dos que se informam sobre nutrição, bem atrás do grupo na
faixa entre 46 e 60 anos (45%),
que geralmente tem maior dificuldade para emagrecer.
A pesquisa detectou também
que, entre os 19% das pessoas
que fazem dieta, 63% são mulheres. Daniela Hueb diz que o
número é alto e que mostra a
preocupação com a saúde e a
estética. Já o total dos que não
perguntam a um médico sobre
nutrição, fazendo ou não uma
dieta, é de 77%.
O estudo foi elaborado pelo
Dante Pazzanese e levado a
campo pelo Synovate Brasil.
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