São Paulo, terça-feira, 21 de outubro de 2008

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EDUCAÇÃO

Norma de ensino a distância preocupa sindicato das escolas

DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente do Sieeesp (sindicato das escolas particulares de SP), José Augusto de Mattos Lourenço, disse ontem estar "preocupado" com a norma que permite que 20% da carga horária obrigatória do ensino médio seja dado a distância. A autorização está prevista em deliberação aprovada pelo Conselho Estadual de Educação, homologada na sexta-feira pelo governo do Estado.
"Além do conteúdo ter de ser bem feito, é preciso que haja um forte controle nos sistemas. O professor precisa saber quantas horas cada aluno trabalhou, o que ele fez. Se isso não ocorrer, a carga horária será perdida, e haverá queda no ensino", disse.
"São Paulo sai na frente nesse campo, que é uma tendência mundial. Mas é preciso cuidado", completou.
O presidente do conselho, Arthur Fonseca Filho, disse que "todo mundo diz que a escola parou no tempo e, por isso, o estímulo ao uso de tecnologias deve ser feito".
De acordo com Fonseca Filho, "não se espera que uma aula de português seja dada a distância; a intenção é que haja complementação das atividades presenciais".
O deputado estadual Carlos Giannazi (PSOL) protocolou ontem na Assembléia um projeto de decreto legislativo para sustar o dispositivo, disse a assessoria dele.

Autonomia
O conselho decidiu ainda dar autonomia às escolas de São Paulo para definir a forma de acrescentar os conteúdos curriculares obrigatórios recém-aprovados pelo Legislativo, como sociologia, filosofia, música e espanhol.
Uma possibilidade autorizada é que esses conteúdos sejam dados no currículo já implementado nos colégios particulares e estaduais -sem incluir disciplinas.
Em um exemplo hipotético, filosofia e sociologia poderiam ser ensinadas nas aulas de história e literatura.
Segundo Arthur Fonseca Filho, a deliberação foi feita "para fazer frente à recente série de alterações legislativas" nos currículos. Desde a aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação, em 1996, dez leis federais incluíram conteúdos obrigatórios nos currículos das escolas. Neste ano, foram três. (FT)



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