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PIRACICABA
Morte de jovem por PMs provoca quebra-quebra
MAURÍCIO SIMIONATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM
CAMPINAS
Cerca de 60 pessoas invadiram e destruíram na
madrugada de ontem instalações de um terminal
de ônibus e de uma base da
Guarda Municipal da periferia de Piracicaba (160
km da capital paulista) em
protesto contra a morte de
um rapaz de 18 anos pela
Polícia Militar.
No terminal, destruíram janelas, computadores e catracas. Uma guarita
de bilheteria também foi
incendiada.
Após a invasão do terminal, o grupo foi até a base
da Guarda Municipal -a
80 metros do local- e continuou a depredação. Dez
guardas que estavam armados no local receberam
ordem para não reagir.
O terminal voltou a funcionar ainda ontem, e a base passará por reformas.
O grupo protestava contra a morte de Henrique
Arnaldi, 18, atingido por
dois tiros nas costas por
volta das 23h de anteontem. PM e parentes do rapaz apresentam versões
diferentes para a morte.
Segundo o comando da
PM em Piracicaba, Arnaldi não atendeu a uma ordem de PMs -que não tiveram os nomes divulgados- para parar a moto
que dirigia e atirou duas
vezes contra os policiais.
Os PMs, de acordo com
a versão policial, verificavam a documentação de
outras duas motos no momento. Eles disseram aos
seus superiores ter encontrado um revólver calibre
38, com numeração raspada, próximo ao corpo do
rapaz.
A versão é contestada
por amigos e familiares de
Arnaldi, que não tinha
passagem pela polícia e
trabalhava há quase três
anos em uma oficina.
O pai do jovem, o vendedor Carlos Alberto Arnaldi, 46, disse que o filho não
andava armado e não parou a moto porque não tinha habilitação. "Meu filho não estava armado e
não atirou. Ele realmente
não tem habilitação. Havia
passado no exame, mas
não conseguiu tirar a habilitação por causa da greve
[dos policiais civis]", afirmou o pai de Arnaldi.
A PM abriu inquérito
para apurar a conduta dos
policiais. Peritos fizeram
exame residuográfico nas
mãos de Arnaldi para verificar se ele fez algum disparo. As armas dos PMs e a
encontrada ao lado do rapaz passarão por perícia.
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