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Convivência entre biquíni e "burkini" ilude visitantes
DO ENVIADO A ABU DHABI
Há uma ilusão de permissividade no ar.
O consumismo desenfreado, a profusão de grifes, a tolerância relativa para um
país islâmico e a grande
maioria de estrangeiros contribuem para isso.
Mas por trás da fachada de
contrastes, os Emirados Árabes Unidos são um país ultraconservador. Excessos em
público e indiscrições inocentes podem ser punidos
pela sharia, a lei islâmica.
Não existe polícia religiosa
como no Irã, onde todas as
mulheres, mesmo as estrangeiras, devem seguir as normas de vestuário do islã.
Em Abu Dhabi e Dubai, os
emirados mais cosmopolitas,
estrangeiros têm opção. Há
praias com segregação entre
sexos, mas também aquelas
em que mulheres de biquíni
banham-se junto de outras
com o "burkini", traje de banho muçulmano que só deixa rosto, mãos e pés de fora.
Nos shoppings, avisos pedem o uso de roupas discretas, mas é comum ver mulheres com decotes e transparências fazendo compras ao
lado de muçulmanas cobertas da cabeça aos pés.
Em Abu Dhabi também é
proibido fazer manifestações
públicas de afeto, como beijos e abraços.
Mazen Tajeddine, consultor legal do Departamento de
Justiça de Abu Dhabi, diz que
muitos dos problemas são
causados pela falta de respeito aos costumes locais.
"Não invadimos a casa de
ninguém para saber quem é
casado nem prendemos casais que andam de mãos dadas na rua", diz ele. "Mas alguns estrangeiros fazem coisas aqui que seriam consideradas inadequadas em seus
próprios países."
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