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ANÁLISE TÁXIS ACESSÍVEIS
Serviço vira substituto do transporte público
Muitos cadeirantes que dependem exclusivamente de táxis acessíveis são obrigados a selecionar suas saídas na cidade
SÓ QUEM TEM
MAIOR MOBILIDADE
OU VIGOR FÍSICO
PODE DIRIGIR OU
CHEGAR AO PONTO
DE ÔNIBUS OU À
ESTAÇÃO DE METRÔ
LEONARDO FEDER
ESPECIAL PARA A FOLHA
Os táxis acessíveis, para
quem pode bancá-los, são
uma boa alternativa de transporte em São Paulo, onde
ainda persistem obstáculos nas calçadas e ônibus e metrô nem sempre adequados.
Mas o número de táxis
acessíveis é pequeno. Além
disso, atrasos ocorrem com
frequência, principalmente
entre os motoristas de frota.
A razão do baixo número
de carros está no valor que os
taxistas têm de pagar para adaptar o veículo: R$ 32 mil.
Isso desestimula a adesão
de motoristas. Eles terão que
contrair dívidas e trabalhar
por muito tempo para recuperar todo o investimento.
Para os cadeirantes, a maior reclamação é o preço.
Embora a tarifa do táxi acessível seja igual à do comum,
muitos usam o serviço como substituto do transporte público. Não há muita opção.
Só deficientes com maior mobilidade ou vigor físico podem dirigir ou, como atletas, superar calçadas irregulares, chegar ao ponto de ônibus ou à estação de metrô.
Como poucos podem bancar o uso do táxi todos os dias
-só a taxa de chamada custa
R$ 7,00-, muitos usuários
que dependem exclusivamente dele fazem uma seleção dos lugares que consideram mais importantes para
ir. Muitos cadeirantes acabam privados do lazer.
Ir ao trabalho já significa um gasto alto, a não ser que a empresa tenha convênio
com uma frota de táxi acessível ou que custeie essa despesa -o que é muito raro.
Por isso cabe à prefeitura dar algum tipo de isenção ao motorista a fim de estimular
as adesões ao ramo dos táxis acessíveis. Só assim haverá o aumento da frota especial.
É importante não se esquecer da acessibilidade das calçadas e dos transportes de
massa. São questões que precisam se tornar prioritárias
nas políticas públicas de modo a oferecer alternativas viáveis para o deslocamento cotidiano de cadeirantes.
LEONARDO FEDER, cadeirante, é jornalista
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