São Paulo, sábado, 21 de dezembro de 2002

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RETRATO DO BRASIL

Taxa de fecundidade cai em 3 Estados

Família brasileira tem menos filhos e segue modelo clássico

DA SUCURSAL DO RIO

Se dependesse só da taxa de fecundidade da mulher, a população de três unidades da federação -RJ, SP e Distrito Federal- já apresentaria tendência de diminuição. As unidades tiveram em 2000 taxas de fecundidade inferiores a 2,1 filhos por mulher.
A população só não diminui porque é preciso considerar o fluxo migratório, ou seja, a quantidade de pessoas de outros Estados que fixam residência nesses Estados. No Distrito Federal, a taxa de fecundidade é de 1,96 filho por mulher, contra 2,04 no Rio e 2,06 em São Paulo.
A taxa que indica reposição estável da população é de 2,1 filhos. Uma taxa de dois filhos por mulher não garante a reposição populacional já que, hipoteticamente, se todos os casais tivessem só dois filhos, a população diminuiria porque parte das crianças morreria antes da idade adulta.
Em todo o Brasil, a taxa em 2000 era de 2,38 filhos por mulher. "A taxa teve forte queda na década de 60, por causa da pílula anticoncepcional, e na de 80, por causa da esterilização. Isso fez com que o país reduzisse em 40 anos na mesma proporção em que os países da Europa demoraram para reduzir em cerca de 150 anos", diz Juarez de Castro Oliveira, do IBGE.
Entre 1991 e 2000, Paraíba (32%), Maranhão (30,8%) e Bahia (30,7%) apresentaram maior redução na taxa de fecundidade. Apesar da queda, ainda apresentam médias superiores à nacional.
Além de ter menos filhos, a família brasileira ainda continua seguindo, em sua maioria (52,4%), o modelo clássico de um casal chefiado pelo homem e com filhos. Famílias só com mulheres com filhos são 12,6%; em 3% das famílias a mulher, casada e com filhos, era responsável pelo lar.

Roraima
O Censo mostra também que foi Roraima o Estado que mais diminuiu, em termos relativos, a taxa de mortalidade infantil. De 1990 a 2000, a queda foi de 56,1%. Ceará (45,1%), Piauí (43,1%), Tocantins (40,9%), SP (40,1%) e Paraná (40,1%) também apresentaram quedas significativas.
As menores taxas de mortalidade infantil foram do Rio Grande do Sul (15,96 por mil nascidos vivos), Santa Catarina (18,05), São Paulo (18,57), Roraima (18,74) e Distrito Federal (18,99).
As maiores taxas foram de Alagoas (62,54 por mil nascidos vivos), Maranhão (49,01), Paraíba (48,25), Pernambuco (47,97) e Rio Grande do Norte (44,73).


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