São Paulo, sábado, 21 de dezembro de 2002

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Secretário não apóia selo verde

CHICO DE GOIS
DA REPORTAGEM LOCAL

O secretário municipal de Governo, Rui Falcão, deu sinais, durante entrevista à Folha, de que o Executivo não apóia, no momento, projeto do vereador Vicente Cândido (PT) que prevê a criação do selo verde, pelo qual, mediante o pagamento de 25% do IPVA, o motorista ficaria livre do rodízio. O projeto do vereador também fixa em dois dias semanais a restrição à circulação de veículos em períodos da manhã e da tarde. Abaixo, trechos da entrevista:

Folha - Muitos dos projetos que estão na Câmara prevêem aumento de impostos ou criação de taxas. Como o governo avalia isso?
Rui Falcão -
Estamos atualizando o IPTU e o projeto está aberto na Câmara para ajustes dos vereadores. A contribuição de iluminação pública é em decorrência de uma lei federal. O ISS [Imposto sobre Serviços", em muitos casos, provocará redução de alíquotas. O lixo trata-se de uma concessão que, para ser viável, tem de ter uma taxa irrisória do ponto de vista do potencial do serviço. Quanto ao chamado selo verde, não é de autoria do Executivo.

Folha - O governo apóia o selo verde?
Rui Falcão -
A possibilidade de restrições ao transporte individual está contida no Plano Diretor. Eu não sei se a melhor maneira de efetivar essa orientação do Plano Diretor é através do selo.

Folha - O governo apoiou o candidato Arselino Tatto (PT) para presidente da Câmara. O que o governo espera para o ano que vem?
Rui Falcão -
O governo não interferiu na eleição da mesa. Sobre o ano que vem, há pelo menos dois projetos importantes. Um deles é a compatibilização dos planos diretores regionais ao Plano Diretor aprovado. O outro é a lei de uso e ocupação do solo.

Folha - O governo diz que não interferiu na eleição da mesa, mas o que se fala na Câmara é que houve propostas de cargos para que os vereadores votassem em Tatto.
Rui Falcão -
O que há é um diz-que-diz e boatos comuns numa disputa intensa. Outras ilações foram desmentidas pelos fatos. Não interferimos e nem trocamos votos por cargos.

Folha - Quando o ex-prefeito Celso Pitta propôs criar uma taxa para o lixo, o PT foi contra. Por que o partido muda de opinião quando vira governo?
Rui Falcão -
Há coisas que, com a mudança da conjuntura, as pessoas mudam também. No caso do Pitta, ele não é muito padrão de referência porque boa parte da oposição a ele tinha como conteúdo o fato de achar que a administração dele estava tomada pela corrupção. Uma taxa num governo transparente é uma coisa, num governo que corrompe é outra.

Folha - A eleição da mesa da Câmara trouxe algum prejuízo para a base da prefeita?
Rui Falcão -
Houve um esgarçamento natural porque o concorrente era da base do governo, mas estamos fazendo um esforço para recompor a base e achamos que seremos bem sucedidos.

Folha - Em um mês, a prefeita trocou três secretários. Há mais mudanças previstas?
Rui Falcão -
A prefeita deverá anunciar no final do mês ou início de janeiro o novo secretário das Subprefeituras, para substituir o Jilmar Tatto, e numa eventualidade de convites para integrar o governo federal.


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