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NARCOTRÁFICO
Mendonça tenta anular escutas no Supremo
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Leonardo Dias Mendonça, preso sob acusação de comandar
uma quadrilha de tráfico de drogas e suspeito de atuar em esquema de compra de habeas corpus,
entrou com recurso no STF (Supremo Tribunal Federal) no qual
tenta anular as gravações telefônicas feitas por ordem judicial e a
sua prisão preventiva.
Ele pede a transferência do processo criminal a que responde da
5ª Vara da Justiça Federal em
Goiás para o Supremo e a anulação de todos os atos praticados
até agora na primeira instância.
Mendonça argumenta que a investigação só pode ser conduzida
pelo STF por causa da suspeita de
envolvimento do deputado federal Pinheiro Landim (PMDB-CE)
e de um ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça).
Deputados federais e membros
dos tribunais superiores têm foro
privilegiado no STF. Na prática,
Mendonça tenta pegar "carona"
no foro privilegiado do deputado
para invalidar os passos anteriores da investigação.
A tese dele é que a apuração sobre tráfico de drogas está relacionada à investigação sobre o suposto esquema de pagamentos a
juízes em troca de cassações de
prisões temporárias.
Para sustentar a existência de
conexão entre as duas apurações,
ele cita trecho de uma decisão da
5ª Vara no qual o juiz afirma que
Pinheiro Landim "tem ligações
diretas com a atividade de lavagem de dinheiro da organização"
e que a conduta do deputado estaria "restrita à corrupção destinada à obtenção da absolvição ou
soltura de membros da organização presos por decorrência das
atividades da mesma". Landim
nega o envolvimento.
No pedido ao STF, o advogado
Wanderley de Medeiros, que representa Mendonça, relata o andamento do processo na 5ª Vara.
Cita, por exemplo, despacho no
qual o juiz afirma que Leonardo
Mendonça seria responsável por
introduzir no país cocaína produzida pelas Farc (Forças Armadas
Revolucionárias da Colômbia).
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