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CORRUPÇÃO
Imagem mostra suposto suborno de PMs no Rio
MARIO HUGO MONKEN
DA SUCURSAL DO RIO
Imagens feitas pelo dirigível da
Secretaria Estadual de Segurança
Pública do Rio mostram policiais
militares do 18º Batalhão (Jacarepaguá, zona oeste do Rio) supostamente recebendo propina de
traficantes da Cidade de Deus.
O dirigível flagrou quatro PMs
levando um homem algemado
para a 32ª Delegacia de Polícia.
O preso seria traficante, segundo investigações da Subsecretaria
de Inteligência da Secretaria de
Segurança, que coordenou a operação. Uma hora depois, os policiais saem portando um envelope
com dinheiro, que é dividido. A
Folha teve acesso às imagens, que
são claras ao mostrar os PMs contando e distribuindo dinheiro.
Minutos depois, o suposto traficante sai livremente pela rua.
As imagens foram passadas para o comandante do 18º Batalhão,
tenente-coronel Marco Aurélio
de Moura, que instaurou sindicância. Os quatro PMs envolvidos
estão detidos, e seus nomes não
foram revelados. Eles são do Destacamento de Policiamento Ostensivo instalado na favela.
A divulgação das imagens ocorreu um dia após os três oficiais do
Getam (Grupamento Especial Tático-Móvel) da PM, entre eles o
comandante José Carlos Dias, terem denunciado à Justiça que policiais do 18º Batalhão recebem
propina dos traficantes da Cidade
de Deus. Os três estão presos sob
acusação de exigirem R$ 120 mil
dos traficantes da mesma favela
para não fazer incursões no local.
As imagens foram feitas depois
que um ex-traficante informou à
Subsecretaria de Inteligência e à
Corregedoria Geral Unificada das
Polícias que PMs do Batalhão recebem dinheiro dos traficantes
para permitir a realização de bailes funks na Cidade de Deus.
Segundo o denunciante, que está sob proteção, durante os bailes,
traficantes do Comando Vermelho de várias favelas se reuniam
para traçar estratégias de ação.
A Subsecretaria e a Corregedoria também investigam as denúncias do traficante Edvanderson
Gonçalves, o Deco. Preso em novembro, ele disse que os PMs do
18º recebiam, semanalmente, de
R$ 1.500 a R$ 2.000 para autorizar
os bailes na Cidade de Deus.
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