São Paulo, sábado, 21 de dezembro de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

JUSTIÇA

Polícia Federal mexicana barra embarque de cantora em aeroporto de SP

Impasse deixa Gloria Trevi no Brasil

DA REPORTAGEM LOCAL

Avião na pista. Malas despachadas e a expectativa do fim da novela mexicana Gloria Trevi, presa no Brasil desde janeiro de 2000 e que deveria ter sido extraditada anteontem à noite. Na hora do embarque, porém, policiais federais mexicanos da escolta cancelaram a transferência alegando ""razões de segurança".
A cantora acabou passando a noite em um alojamento da PF no próprio aeroporto internacional de Guarulhos com o filho Angel Gabriel, 10 meses. Ontem, ninguém sabia o destino dos dois, que continuavam no alojamento.
O avião que levaria Gloria Trevi para o México, onde ela responde a processo por corrupção de menores e rapto, partiu de madrugada do aeroporto, com duas horas de atraso, levando cerca de dez jornalistas que a acompanhariam em um vôo normal da Aeroméxico. O incidente causou um mal-estar entre os dois governos.
A extradição se arrasta desde dezembro de 2000, quando saiu a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal). Desde então, houve uma série de recursos e incidentes, como o fato de ela ter engravidado na prisão da Polícia Federal em Brasília, dizendo ter sido estuprada na cela. Exame de DNA mostrou que a criança é filha do empresário dela, Sérgio Andrade, que também está preso.
Ontem de manhã, chegou a São Paulo um avião da Procuradoria Geral do México, com sete tripulantes, fretado para a transferência, mas o governo brasileiro não permitiu a saída da cantora.
Segundo o Ministério da Justiça, os agentes mexicanos queriam levar Trevi nesse avião, ao contrário do que tinha sido acertado com a embaixada mexicana. O motivo seria o número de jornalistas a bordo do avião da Aeroméxico.
"Houve uma mudança de planos unilateral por parte da Procuradoria do México. Foi um procedimento incomum e que nos causou irritação", disse ontem o diretor do Departamento de Estrangeiros do Ministério da Justiça, Luiz Paulo Teles Barreto.
Barreto vai aguardar um relatório detalhado da Polícia Federal sobre o incidente. "Não consta ao Ministério da Justiça que a imprensa ponha em risco a segurança de ninguém", afirmou. "A extradição vai acontecer da forma que o governo brasileiro entende cabível, e não como a Procuradoria deseja, de forma unilateral."
A Embaixada do México informou que foi também tomada de surpresa pelo fato de a cantora não ter sido extraditada.


Texto Anterior: Crime: Preso marido de jornalista morta em noite de núpcias na Praia Grande
Próximo Texto: Acidente: Chega a 34 o número de passageiros mortos no naufrágio do barco no PA
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.