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JUSTIÇA
Polícia Federal mexicana barra embarque de cantora em aeroporto de SP
Impasse deixa Gloria Trevi no Brasil
DA REPORTAGEM LOCAL
Avião na pista. Malas despachadas e a expectativa do fim da novela mexicana Gloria Trevi, presa
no Brasil desde janeiro de 2000 e
que deveria ter sido extraditada
anteontem à noite. Na hora do
embarque, porém, policiais federais mexicanos da escolta cancelaram a transferência alegando ""razões de segurança".
A cantora acabou passando a
noite em um alojamento da PF no
próprio aeroporto internacional
de Guarulhos com o filho Angel
Gabriel, 10 meses. Ontem, ninguém sabia o destino dos dois,
que continuavam no alojamento.
O avião que levaria Gloria Trevi
para o México, onde ela responde
a processo por corrupção de menores e rapto, partiu de madrugada do aeroporto, com duas horas
de atraso, levando cerca de dez
jornalistas que a acompanhariam
em um vôo normal da Aeroméxico. O incidente causou um mal-estar entre os dois governos.
A extradição se arrasta desde
dezembro de 2000, quando saiu a
decisão do STF (Supremo Tribunal Federal). Desde então, houve
uma série de recursos e incidentes, como o fato de ela ter engravidado na prisão da Polícia Federal
em Brasília, dizendo ter sido estuprada na cela. Exame de DNA
mostrou que a criança é filha do
empresário dela, Sérgio Andrade,
que também está preso.
Ontem de manhã, chegou a São
Paulo um avião da Procuradoria
Geral do México, com sete tripulantes, fretado para a transferência, mas o governo brasileiro não
permitiu a saída da cantora.
Segundo o Ministério da Justiça,
os agentes mexicanos queriam levar Trevi nesse avião, ao contrário
do que tinha sido acertado com a
embaixada mexicana. O motivo
seria o número de jornalistas a
bordo do avião da Aeroméxico.
"Houve uma mudança de planos unilateral por parte da Procuradoria do México. Foi um procedimento incomum e que nos causou irritação", disse ontem o diretor do Departamento de Estrangeiros do Ministério da Justiça,
Luiz Paulo Teles Barreto.
Barreto vai aguardar um relatório detalhado da Polícia Federal
sobre o incidente. "Não consta ao
Ministério da Justiça que a imprensa ponha em risco a segurança de ninguém", afirmou. "A extradição vai acontecer da forma
que o governo brasileiro entende
cabível, e não como a Procuradoria deseja, de forma unilateral."
A Embaixada do México informou que foi também tomada de
surpresa pelo fato de a cantora
não ter sido extraditada.
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