São Paulo, sábado, 21 de dezembro de 2002

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ACIDENTE

Pelo menos 25 pessoas continuam desaparecidas

Chega a 34 o número de passageiros mortos no naufrágio do barco no PA

MAURÍCIO SIMIONATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELÉM

Chega a 34 o número de passageiros mortos no naufrágio do barco Dom Luiz 15-1º, ocorrido na noite de terça-feira, na baía do rio Pará, próximo ao porto de Vila do Conde, em Barcarena, a 120 km de Belém.
Pelo menos 15 das vítimas seriam crianças, segundo o Corpo de Bombeiros. São 304 sobreviventes. As buscas continuam para localizar 25 desaparecidos.
Os bombeiros não descartam a possibilidade de o número de desaparecidos ser ainda maior. O barco tinha capacidade para 140 passageiros, mas carregava cerca de 360 pessoas.
A Marinha informou ontem que "não cabe à Capitania dos Portos ir ao cais controlar o embarque de passageiros". Segundo a Marinha, a responsabilidade "é da empresa proprietária e de seu comandante".
A carcaça do barco, que está a 12 metros de profundidade, deverá ser içada neste final de semana. Os bombeiros suspeitam que corpos estejam presos na estrutura da embarcação.
O proprietário do barco, Carlos Augusto Gomes Silva, está preso na delegacia de Barcarena. Em depoimento à polícia, ele afirmou ter alugado o barco para Enart (Empresa de Navegação A.R. Transportes Ltda), do deputado estadual Antônio Rocha (PMDB).
Segundo Silva, o barco 11 de Maio, da Enart, estava com a capacidade esgotada, e o filho do deputado, Antônio Rocha Júnior, alugou o Dom Luiz 15-1º por R$ 7.000 para fazer a viagem.
O deputado negou que tenha alugado o barco. "Não alugamos, não conheço o proprietário do barco e não tive contato com ele", disse. No entanto, o delegado Gutemberg Catete, responsável pelo inquérito, tem o depoimento de sobreviventes que confirmam a versão do proprietário. "Conseguimos bilhetes que foram emitidos para o 11 de Maio, mas estavam com passageiros do Dom Luiz 15-1º", disse o delegado.
Na lista de passageiros, assinada pelo comandante do Dom Luiz 15-1º, Ubiratan dos Santos, consta o nome da Enart como companhia. No espaço destinado ao nome da embarcação, há uma rasura por cima do nome 11 de Maio, e está escrito à mão Dom Luiz 15-1º.
A Polícia Civil deverá chamar o deputado e seu filho nos próximos dias para prestar depoimento. O comandante José Carlos Rebelo Cardoso (que assumiu a navegação em Santarém) e o gerente Paulo Narcy, da Enart, estão foragidos e tiveram a prisão preventiva pedida.


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