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ACIDENTE
Pelo menos 25 pessoas continuam desaparecidas
Chega a 34 o número de passageiros mortos no naufrágio do barco no PA
MAURÍCIO SIMIONATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELÉM
Chega a 34 o número de passageiros mortos no naufrágio do
barco Dom Luiz 15-1º, ocorrido
na noite de terça-feira, na baía do
rio Pará, próximo ao porto de Vila
do Conde, em Barcarena, a 120
km de Belém.
Pelo menos 15 das vítimas seriam crianças, segundo o Corpo
de Bombeiros. São 304 sobreviventes. As buscas continuam para
localizar 25 desaparecidos.
Os bombeiros não descartam a
possibilidade de o número de desaparecidos ser ainda maior. O
barco tinha capacidade para 140
passageiros, mas carregava cerca
de 360 pessoas.
A Marinha informou ontem
que "não cabe à Capitania dos
Portos ir ao cais controlar o embarque de passageiros". Segundo
a Marinha, a responsabilidade "é
da empresa proprietária e de seu
comandante".
A carcaça do barco, que está a 12
metros de profundidade, deverá
ser içada neste final de semana.
Os bombeiros suspeitam que corpos estejam presos na estrutura
da embarcação.
O proprietário do barco, Carlos
Augusto Gomes Silva, está preso
na delegacia de Barcarena. Em depoimento à polícia, ele afirmou
ter alugado o barco para Enart
(Empresa de Navegação A.R.
Transportes Ltda), do deputado
estadual Antônio Rocha (PMDB).
Segundo Silva, o barco 11 de
Maio, da Enart, estava com a capacidade esgotada, e o filho do
deputado, Antônio Rocha Júnior,
alugou o Dom Luiz 15-1º por R$
7.000 para fazer a viagem.
O deputado negou que tenha
alugado o barco. "Não alugamos,
não conheço o proprietário do
barco e não tive contato com ele",
disse. No entanto, o delegado Gutemberg Catete, responsável pelo
inquérito, tem o depoimento de
sobreviventes que confirmam a
versão do proprietário. "Conseguimos bilhetes que foram emitidos para o 11 de Maio, mas estavam com passageiros do Dom
Luiz 15-1º", disse o delegado.
Na lista de passageiros, assinada
pelo comandante do Dom Luiz
15-1º, Ubiratan dos Santos, consta
o nome da Enart como companhia. No espaço destinado ao nome da embarcação, há uma rasura por cima do nome 11 de Maio, e
está escrito à mão Dom Luiz 15-1º.
A Polícia Civil deverá chamar o
deputado e seu filho nos próximos dias para prestar depoimento. O comandante José Carlos Rebelo Cardoso (que assumiu a navegação em Santarém) e o gerente
Paulo Narcy, da Enart, estão foragidos e tiveram a prisão preventiva pedida.
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