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ADMINISTRAÇÃO
Projeto de Serra, que já está na Câmara, prevê benefício a quem cumprir metas no combate à sonegação
Auditor fiscal terá bônus de até R$ 4.500
DA REPORTAGEM LOCAL
Um projeto do prefeito José
Serra (PSDB) que está na Câmara
Municipal cria uma nova gratificação para os inspetores fiscais da
cidade de São Paulo. Com isso,
eles poderão ganhar um bônus de
até R$ 4.500 por mês.
A gratificação será proporcional
ao cumprimento de metas no
combate à sonegação fiscal.
Quanto mais o grupo de 451 fiscais (mais cem que serão contratados por concurso público) atender às metas, maior será o bônus.
Os inspetores fiscais já ganham
uma gratificação, por produtividade, que pode chegar a até 327%
do valor de seu salário-base (cerca
de R$ 1.300). Atualmente, um iniciante no cargo pode ganhar até
R$ 5.900 mensais.
O valor da nova gratificação
corresponde a mais de três vezes o
salário-base (cerca de R$ 1.300) de
um funcionário de nível superior
da prefeitura e a quase o dobro
dos vencimentos de um agente
vistor -responsável pela fiscalização nas subprefeituras.
A prefeitura estima que a gratificação vá melhorar a arrecadação
do município. Avalia que pode
trazer para os cofres públicos
mais R$ 120 milhões por ano.
O secretário municipal das Finanças, Mauro Ricardo Costa, espera que o projeto seja aprovado
no início de janeiro. "A gratificação incentivará o trabalho dos fiscais, pois significará mais dinheiro no bolso das pessoas que ajudarem a aumentar a arrecadação
da cidade", diz o secretário.
Estímulo
O presidente do sindicato dos
servidores municipais de São
Paulo, Leandro de Oliveira, diz
acredita que a nova gratificação
pode estimular a produtividade
dos fiscais. Mas pondera que há
outras categorias de servidores
dentro da prefeitura que estão
com os salários muito baixos.
O bônus que será dado aos auditores fiscais representa três vezes o salário médio de R$ 1.500
pago aos funcionários com nível
superior. Por exemplo: um professor que faz uma jornada de 40
horas semanais ganha um salário
inicial de R$ 1.357,84.
"Historicamente, a prefeitura
paulistana sempre cede mais para
determinadas categorias que demonstram maior poder de pressão. O restante fica sem esse poder de negociação, que é a receita
aferida pelos auditores fiscais",
afirma Oliveira.
Leilão de precatórios
Mauro Ricardo Costa está analisando proposta do Supremo Tribunal Federal para realizar um
leilão de precatórios (títulos emitidos para pagar dívidas judiciais). Assim como a gratificação
dada aos auditores, a idéia é elevar
a arrecadação do município.
Hoje, a prefeitura deve cerca de
R$ 6 bilhões em precatórios (entre alimentares e não-alimentares). No leilão, receberia o pagamento quem aceitasse um desconto no valor devido.
(FABIO SCHIVARTCHE e ALEXSSANDER SOARES)
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