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AVIAÇÃO
Prefeitura quer mudança na obra em Congonhas
ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL
A inauguração do novo estacionamento e de quatro pontes de
embarque dos passageiros no aeroporto de Congonhas, que a Infraero promete para depois de
amanhã, às vésperas do Natal, está sob ameaça de não ser liberada
pela gestão José Serra (PSDB).
José Antônio Barros Munhoz,
subprefeito de Santo Amaro, responsável pela região de Congonhas, disse ontem à Folha que as
obras ainda não obtiveram as certidões do "habite-se" e que não irá
concedê-las se a estatal não cumprir as exigências do município
para que os táxis e ônibus tenham
um espaço reservado na garagem.
Até a presença do presidente
Lula está sendo anunciada pela
Infraero (Empresa Brasileira de
Infra-Estrutura Aeroportuária),
que programa a entrega parcial
do edifício-garagem, elevando a
oferta de vagas de 850 para 2.250,
além de quatro novas pontes que
permitem aos passageiros entrar
nos aviões sem passar pela pista.
"Como é que marcam uma
inauguração e fazem convite ao
presidente da República sem ver
isso antes? Sem saber se a subprefeitura vai dar ou não a liberação
do "habite-se'?", disse Munhoz.
Ele afirmou ter tido "reunião
tensa" anteontem com representantes da Infraero e da empresa
responsável pela nova garagem.
Disse ter dado prazo até hoje para
haja uma resposta favorável a sua
exigência. "Sem esse problema
equacionado, a minha posição é
não dar a liberação", afirmou.
O subprefeito disse não poder
aceitar que táxis e ônibus causem
transtornos em vias públicas da
vizinhança ao mesmo tempo em
que a nova garagem de Congonhas é inaugurada. Para ele, a reserva de um bolsão com espaço
para 250 táxis já seria suficiente.
A Infraero afirmou, pela assessoria de imprensa, que "a questão
será resolvida com conversa" e
que "confia no discernimento da
prefeitura" porque "não há irregularidade nem razão para não
dar a liberação do "habite-se'".
Não disse, no entanto, se atenderá às exigências feitas. A empresa que controla o estacionamento não se manifestou.
A obrigatoriedade de oferecer
espaço para táxis e ônibus não
constava das solicitações iniciais
feitas há quase cinco anos para a
construção do edifício-garagem.
Mas, segundo Munhoz, a Infraero
decidiu fazer diferentes ampliações no aeroporto, que não estavam previstas, e a gestão Serra decidiu embutir essa exigência para
dar uma nova certidão de diretrizes. O subprefeito diz ter feito a
solicitação há cerca de três meses.
Ele avalia que pode se negar a liberar a garagem porque todas as
obras do aeroporto de Congonhas estão interligadas.
A abertura do novo estacionamento, por um lado, deve aliviar
as filas de espera existentes hoje.
Mas a inauguração se dará de forma improvisada, já que somente
um pedaço do novo prédio será
concluído (três dos cinco pavimentos), diferentemente do que a
Infraero estava divulgando.
A obra completa, ao custo de
R$ 50 milhões e que aumentará a
oferta de vagas de estacionamento para 3.400, estará pronta só no
primeiro semestre de 2006.
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