São Paulo, quarta-feira, 21 de dezembro de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

AVIAÇÃO

Prefeitura quer mudança na obra em Congonhas

ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL

A inauguração do novo estacionamento e de quatro pontes de embarque dos passageiros no aeroporto de Congonhas, que a Infraero promete para depois de amanhã, às vésperas do Natal, está sob ameaça de não ser liberada pela gestão José Serra (PSDB).
José Antônio Barros Munhoz, subprefeito de Santo Amaro, responsável pela região de Congonhas, disse ontem à Folha que as obras ainda não obtiveram as certidões do "habite-se" e que não irá concedê-las se a estatal não cumprir as exigências do município para que os táxis e ônibus tenham um espaço reservado na garagem.
Até a presença do presidente Lula está sendo anunciada pela Infraero (Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária), que programa a entrega parcial do edifício-garagem, elevando a oferta de vagas de 850 para 2.250, além de quatro novas pontes que permitem aos passageiros entrar nos aviões sem passar pela pista.
"Como é que marcam uma inauguração e fazem convite ao presidente da República sem ver isso antes? Sem saber se a subprefeitura vai dar ou não a liberação do "habite-se'?", disse Munhoz.
Ele afirmou ter tido "reunião tensa" anteontem com representantes da Infraero e da empresa responsável pela nova garagem. Disse ter dado prazo até hoje para haja uma resposta favorável a sua exigência. "Sem esse problema equacionado, a minha posição é não dar a liberação", afirmou.
O subprefeito disse não poder aceitar que táxis e ônibus causem transtornos em vias públicas da vizinhança ao mesmo tempo em que a nova garagem de Congonhas é inaugurada. Para ele, a reserva de um bolsão com espaço para 250 táxis já seria suficiente.
A Infraero afirmou, pela assessoria de imprensa, que "a questão será resolvida com conversa" e que "confia no discernimento da prefeitura" porque "não há irregularidade nem razão para não dar a liberação do "habite-se'".
Não disse, no entanto, se atenderá às exigências feitas. A empresa que controla o estacionamento não se manifestou.
A obrigatoriedade de oferecer espaço para táxis e ônibus não constava das solicitações iniciais feitas há quase cinco anos para a construção do edifício-garagem. Mas, segundo Munhoz, a Infraero decidiu fazer diferentes ampliações no aeroporto, que não estavam previstas, e a gestão Serra decidiu embutir essa exigência para dar uma nova certidão de diretrizes. O subprefeito diz ter feito a solicitação há cerca de três meses.
Ele avalia que pode se negar a liberar a garagem porque todas as obras do aeroporto de Congonhas estão interligadas.
A abertura do novo estacionamento, por um lado, deve aliviar as filas de espera existentes hoje. Mas a inauguração se dará de forma improvisada, já que somente um pedaço do novo prédio será concluído (três dos cinco pavimentos), diferentemente do que a Infraero estava divulgando.
A obra completa, ao custo de R$ 50 milhões e que aumentará a oferta de vagas de estacionamento para 3.400, estará pronta só no primeiro semestre de 2006.


Texto Anterior: Estradas: Decisão ameaça obra do Rodoanel em 2006
Próximo Texto: Administração: Auditor fiscal terá bônus de até R$ 4.500
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.