São Paulo, sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

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Gafisa diz que buscou orientação com a prefeitura

DA REPORTAGEM LOCAL

A Gafisa informou ontem, por meio de nota, que não fechou acordo com a Prefeitura de São Paulo para que esta intermediasse a saída dos moradores de uma favela vizinha a um de seus empreendimentos na zona sul de São Paulo.
No texto, a empresa informa que procurou a administração para ser orientada sobre a "melhor forma" para estabelecer uma relação direta com os moradores da comunidade Campo Grande/Jurubatuba.
"É de interesse da Gafisa a desocupação de uma via pública ocupada ilegalmente pelo fato de a ocupação estar localizada próximo a um de seus empreendimentos. E paralelamente há o interesse de, com a atitude, beneficiar também a comunidade local", diz a nota.
"Para isso é necessário falar com o dono do terreno, ou seja, com a subprefeitura de Santo Amaro, de modo a consultá-la sobre a melhor forma de se estabelecer uma relação direta entre a empresa e o morador que se dispuser a receber a ajuda. A companhia reafirma que os contatos que estabelece com organismos públicos se dão dentro de um estrito procedimento profissional e legal", conclui a nota.
Anteontem, porém, a assessoria de imprensa da construtora havia informado que o acordo foi fechado, após ser procurada pelo município.
O objetivo, segundo ela, era "oferecer uma melhor qualidade de vida aos moradores da região". Ontem, a empresa informou: "A Gafisa nunca indenizou moradores próximos a seus empreendimentos com auxílio do poder público".

Subprefeito
O subprefeito de Santo Amaro, Geraldo Mantovani Filho, não foi localizado ontem para comentar a exoneração de seus funcionários. Ele foi procurado em seu gabinete, pelo seu celular e por intermédio de sua assessoria de imprensa.
Anteontem, ele afirmou desconhecer a "parceria" entre a subprefeitura e a Gafisa e disse que havia proibido negociações nesse sentido.
O assessor especial Antonio Carlos Bernardi e o chefe de fiscalização Jorge Tadeu Guimarães, ambos exonerados, também não foram localizados e não responderam aos recados deixados nos celulares.
Anteontem, Bernardi -que foi indicado para falar em nome da subprefeitura- confirmou a "parceria" com a Gafisa.
Alegava que era uma forma encontrada pelo município para indenizar famílias que não estão em áreas de risco -se estivessem, seriam candidatas a receber um auxílio de R$ 5.000.
"Eles estão numa área que não é deles, é do município. Mais dia ou menos dia ele teriam de sair de lá. Agora, se eles conseguirem, dentro de uma parceria, um valor desses, acho que não é se jogar fora. Não é só a Gafisa [que vai ser beneficiada]. Ali tem uma série de empreendimentos. Não só para alguns particulares, mas para a cidade porque ali acaba sendo uma nova alternativa de rota de trânsito."


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