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DAGOBERTO SALLES CUNHA CAMARGO (1928-2008)
O desembargador e a turma de 1950
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
Dagoberto adorava ler. Tamanho gosto pelos livros
criou-lhe um problema: ao se
mudar de casa, não teve onde
acomodar a biblioteca com
mais de mil volumes.
Lembrou-se, então, de um
amigo de seu filho desde o
tempo do colégio, que havia
se encantado com as obras.
Doou-lhe os livros.
O rapaz tornou-se promotor. Caiu-lhe como uma luva
a biblioteca: a maioria dos livros era sobre direito.
Da turma de 1950 da Faculdade de Direito da USP,
Dagoberto Camargo começou abrindo um escritório.
Foi advogado de um frigorífico, juiz por 41 anos e desembargador, cargo com o qual
se aposentou no anos 90.
Chegou a ser também vice-presidente do TJ-SP.
Pós-faculdade, a turma de
50, por sinal, ficou unida.
Mensalmente, Dagô, como
era chamado, participava de
um almoço com os antigos
colegas. Um deles, Célio Debes, lembra a seriedade do
amigo: "Era um homem de
princípios. Não aceitava interferência em seu trabalho".
Nos anos 90, Dagô perdeu
um filho, também juiz. O outro formou-se médico.
No sábado, por problemas
de saúde, não participou da
reunião da turma. Morreu na
segunda, aos 80, após sofrer
um infarto. Deixa viúva e
quatro filhos. A missa de sétimo dia será amanhã, às 11h,
na igreja de São José, no Jardim Europa, em SP.
obituario@grupofolha.com.br
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