São Paulo, domingo, 21 de dezembro de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

DAGOBERTO SALLES CUNHA CAMARGO (1928-2008)

O desembargador e a turma de 1950

ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

Dagoberto adorava ler. Tamanho gosto pelos livros criou-lhe um problema: ao se mudar de casa, não teve onde acomodar a biblioteca com mais de mil volumes.
Lembrou-se, então, de um amigo de seu filho desde o tempo do colégio, que havia se encantado com as obras. Doou-lhe os livros.
O rapaz tornou-se promotor. Caiu-lhe como uma luva a biblioteca: a maioria dos livros era sobre direito. Da turma de 1950 da Faculdade de Direito da USP, Dagoberto Camargo começou abrindo um escritório. Foi advogado de um frigorífico, juiz por 41 anos e desembargador, cargo com o qual se aposentou no anos 90.
Chegou a ser também vice-presidente do TJ-SP. Pós-faculdade, a turma de 50, por sinal, ficou unida. Mensalmente, Dagô, como era chamado, participava de um almoço com os antigos colegas. Um deles, Célio Debes, lembra a seriedade do amigo: "Era um homem de princípios. Não aceitava interferência em seu trabalho".
Nos anos 90, Dagô perdeu um filho, também juiz. O outro formou-se médico. No sábado, por problemas de saúde, não participou da reunião da turma. Morreu na segunda, aos 80, após sofrer um infarto. Deixa viúva e quatro filhos. A missa de sétimo dia será amanhã, às 11h, na igreja de São José, no Jardim Europa, em SP.

obituario@grupofolha.com.br


Texto Anterior: Mortes
Próximo Texto: Favela cresce perto do Pão de Açúcar
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.