São Paulo, quinta-feira, 22 de janeiro de 2004

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Idosos encaram vida na cidade com otimismo

Daniel Guimarães
Nazir Moreira, 72, que diz esperar uma melhora de vida para os mais velhos com a implantação do Estatuto do Idoso


DA REPORTAGEM LOCAL

Envelhecer numa metrópole como São Paulo parece algo longe do ideal: o rendimento encurta (os preços, não), a saúde se fragiliza e o atendimento público é precário, o transporte público é deficiente e, de quebra, o estresse e a violência seguem à espreita. É com certa dose de otimismo, no entanto, que muitos idosos encaram hoje o seu cotidiano na cidade.
"Não posso reclamar de São Paulo. Utilizo ônibus e sempre fui bem atendida. Nunca sofri violência alguma. E ando sozinha numa boa", diz a aposentada Miyoko Watanabe, 73.
A artista plástica Lourdes Dias Hehl Olivè, 61, também vive satisfeita com a cidade. "Sou uma paulistana feliz. Não saberia envelhecer em nenhum outro lugar. São Paulo oferece de tudo, mas, como toda grande cidade, tem muitos problemas. A única mudança que a idade trouxe é que saio pouco à noite por conta da insegurança. Cabelos brancos chamam a atenção no escuro."
O recém-aprovado Estatuto do Idoso foi citado pelos entrevistados como fonte de esperança de melhora na qualidade de vida dos paulistanos com mais de 60 anos. "Acho que o estatuto vai melhorar nossa vida. Mas, por enquanto, ele só fez isso pelo setor de lazer", pondera o aposentado Nazir Moreira, 72.
A reclamação número um dos idosos é em relação ao transporte público -seguida de perto pelo atendimento público de saúde. Segundo os entrevistados, muitos motoristas não param no ponto de ônibus quando um idoso acena. O mesmo vale para as lotações -para as quais um idoso no banco é uma passagem a menos no caixa. (FERNANDA MENA)


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