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Pedido foi por parecer, diz deputado
LUCIANA CONSTANTINO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O deputado federal Dimas Ramalho (PPS-SP) diz ter pedido ao
vice-presidente José Alencar que
intercedesse no Ministério da
Saúde para agilizar uma resposta
à família de uma paciente de Araraquara que aguarda transplante
de medula óssea.
A conversa, pelo relato do deputado, ocorreu no dia 6 de novembro, quando Alencar estava interinamente na Presidência.
Segundo Ramalho, a família havia solicitado ao ministério o pagamento de um procedimento
experimental, chamado haplo
idêntico, na Alemanha por meio
do SUS (Sistema Único de Saúde)
e não havia obtido resposta.
O deputado diz ainda que o pedido a Alencar foi feito no final de
uma reunião com o prefeito de
Taquaritinga (SP), reduto eleitoral de Ramalho, para tratar de outros assuntos. "O vice-presidente
disse que era para procurar o Ministério da Saúde, mas que iria ver
se conseguiriam uma resposta rápida", disse Ramalho à Folha.
Segundo o deputado, não houve
documento por escrito nem pedido para agilizar exames ou o
transplante. "Mandei ofício ao vice-presidente e ao Ministério da
Saúde, mas para tratar sobre o pagamento do tratamento da paciente na Alemanha."
No dia 24 de novembro, Ramalho disse que recebeu parecer do
ministério negando a possibilidade de o SUS fazer o pagamento do
tratamento no exterior.
O caso da paciente, de 23 anos e
portadora de leucemia mielóide
aguda, consta do ofício do médico
Daniel Tabak como uma das duas
denúncias de interferência política no andamento da fila de transplantes de medula óssea.
Segundo Tabak, uma das interferências teria partido do coordenador do Sistema Nacional de
Transplantes, Diogo Mendes, que
teria afirmado que "agia por determinação direta do presidente
da República em exercício".
A assessoria do vice-presidente
José Alencar nega que ele tenha
tratado do caso da paciente. Já o
ministério alega que a frase de
Mendes foi descontextualizada.
Em entrevista à Folha por telefone, o pai da paciente, Paulo Tamer, confirma que pediu ajuda a
Ramalho para tentar obter uma
resposta mais rápida do ministério sobre o tratamento na Alemanha. A paciente ainda aguarda
um possível doador na fila.
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