São Paulo, quinta-feira, 22 de janeiro de 2004

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Pedido foi por parecer, diz deputado

LUCIANA CONSTANTINO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O deputado federal Dimas Ramalho (PPS-SP) diz ter pedido ao vice-presidente José Alencar que intercedesse no Ministério da Saúde para agilizar uma resposta à família de uma paciente de Araraquara que aguarda transplante de medula óssea.
A conversa, pelo relato do deputado, ocorreu no dia 6 de novembro, quando Alencar estava interinamente na Presidência.
Segundo Ramalho, a família havia solicitado ao ministério o pagamento de um procedimento experimental, chamado haplo idêntico, na Alemanha por meio do SUS (Sistema Único de Saúde) e não havia obtido resposta.
O deputado diz ainda que o pedido a Alencar foi feito no final de uma reunião com o prefeito de Taquaritinga (SP), reduto eleitoral de Ramalho, para tratar de outros assuntos. "O vice-presidente disse que era para procurar o Ministério da Saúde, mas que iria ver se conseguiriam uma resposta rápida", disse Ramalho à Folha.
Segundo o deputado, não houve documento por escrito nem pedido para agilizar exames ou o transplante. "Mandei ofício ao vice-presidente e ao Ministério da Saúde, mas para tratar sobre o pagamento do tratamento da paciente na Alemanha."
No dia 24 de novembro, Ramalho disse que recebeu parecer do ministério negando a possibilidade de o SUS fazer o pagamento do tratamento no exterior.
O caso da paciente, de 23 anos e portadora de leucemia mielóide aguda, consta do ofício do médico Daniel Tabak como uma das duas denúncias de interferência política no andamento da fila de transplantes de medula óssea.
Segundo Tabak, uma das interferências teria partido do coordenador do Sistema Nacional de Transplantes, Diogo Mendes, que teria afirmado que "agia por determinação direta do presidente da República em exercício".
A assessoria do vice-presidente José Alencar nega que ele tenha tratado do caso da paciente. Já o ministério alega que a frase de Mendes foi descontextualizada.
Em entrevista à Folha por telefone, o pai da paciente, Paulo Tamer, confirma que pediu ajuda a Ramalho para tentar obter uma resposta mais rápida do ministério sobre o tratamento na Alemanha. A paciente ainda aguarda um possível doador na fila.


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