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ADMINISTRAÇÃO
Prefeitura afirma que vai recorrer para manter o tributo, que rendeu R$ 208 milhões no ano passado
STJ suspende cobrança da taxa da luz em SP
DA REPORTAGEM LOCAL
A cobrança da Cosip (Contribuição para Custeio do Serviço de
Iluminação Pública), conhecida
como taxa da luz, está novamente
suspensa em São Paulo.
A prefeitura arrecadou R$ 208
milhões com a taxa de luz no ano
passado. O Orçamento deste ano
prevê uma arrecadação de cerca
de R$ 188 milhões com o tributo.
O presidente do STJ (Superior
Tribunal de Justiça), ministro Edson Vidigal, reformou ontem
uma decisão anterior do órgão
que mantinha a cobrança.
Segundo o STJ, voltou a valer a
liminar concedida pela 12ª Vara
da Fazenda Pública, que barrou a
taxa de luz em 7 de julho de 2003.
A contribuição havia sido instituída na cidade um mês antes,
após aprovação de lei na Câmara
Municipal baseada na emenda
constitucional 39, de 2002.
Hoje, casas pagam R$ 3,50 ao
mês e empresas, R$ 11. A cobrança é feita na conta de luz.
O secretário de Negócios Jurídicos de São Paulo, Luiz Antonio
Guimarães Marrey, estuda uma
maneira de manter o tributo. Em
nota, a prefeitura disse que vai recorrer ao STF (Supremo Tribunal
Federal) contra a decisão.
Segundo a Secretaria de Finanças, a prefeitura não pode abrir
mão neste momento do dinheiro
obtido com a contribuição, pois
passa por um aperto de caixa.
Na campanha do ano passado, o
então candidato José Serra
(PSDB) prometeu revisar as taxas
municipais, se fosse eleito.
O caso virou uma batalha jurídica entre a Prefeitura de São Paulo
e o Idec (Instituto Brasileiro de
Defesa do Consumidor), autor do
pedido de proibição, numa série
de decisões provisórias que barravam e liberavam a taxa de luz.
Após a primeira suspensão da
contribuição, um recurso da administração paulistana no 1º Tribunal de Alçada Civil restabeleceu
a cobrança no dia 23 de julho de
2003. Em nova decisão, agora sobre o mérito do recurso, o mesmo
tribunal voltou a suspender o tributo no dia 21 de novembro.
A prefeitura, então, recorreu ao
STJ, que autorizou a cobrança no
final de dezembro de 2003, após
decisão do então presidente do
tribunal, ministro Nilson Naves.
Campanha eleitoral
Diretor jurídico do Idec, o advogado Marcos Diegues ainda prevê
uma batalha judicial longa, já que
todas as decisões são provisórias
e, mesmo após o julgamento do
mérito da ação em primeira instância, ainda haverá espaço para
mais recursos da prefeitura.
"Se a gente recuperar a campanha do prefeito, veremos que ele
era contra as taxas. Mas, sinceramente, não acredito que ele [Serra] vá desistir dos recursos", diz.
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