São Paulo, sábado, 22 de janeiro de 2005

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VIOLÊNCIA

Reforço deve ter 600 homens, que chegarão ao Rio antes do Carnaval; Linha Vermelha e Linha Amarela terão prioridade

Rosinha pede e União diz que enviará forças

IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A governadora Rosinha Matheus (PMDB) pediu e o Ministério da Justiça concordou ontem com o envio de um efetivo de forças federais para o combate ao crime no Rio de Janeiro. Apesar de remota, a participação das Forças Armadas é uma das hipóteses sob análise do governo federal. Um grupo de técnicos do Estado e da União decidem na segunda-feira o contingente total e os locais de atuação do grupo.
O pedido foi formalizado pelo secretário de Segurança Pública do Rio, Marcelo Itagiba, em reunião com representantes do ministério e da Polícia Federal. Segundo ele, o reforço do governo federal deve girar em torno de 600 homens. Também é cogitada a utilização da Força Nacional de Segurança Pública, criada no ano passado e formada pela elite da Polícia Militar dos Estados.
A atuação das forças federais deve começar antes do Carnaval, privilegiando áreas de grande volume de tráfego -como a Linha Vermelha e a Linha Amarela. Outra prioridade, segundo Itagiba, será "tirar as armas das mãos dos soldados do tráfico".
Em 2004, Rosinha disse que precisava do Exército para conter o avanço da violência no primeiro trimestre. Após discussões com Brasília, voltou atrás e não fez a solicitação formal pelas tropas porque isso poderia fazer parecer que o Estado não era capaz de cuidar da segurança.
Indagado ontem sobre a possibilidade de as conversas de agora não darem em nada, Itagiba deu a entender que o desentendimento acabou. "Trabalho com agendas para a frente", limitou-se a dizer o secretário fluminense.
Segundo a Constituição, cabe aos Estados cuidar da segurança. O governo do Rio argumenta, porém, que o tráfico interestadual e internacional de drogas e de armas é de responsabilidade da União. O secretário nacional de Segurança Pública, Luiz Fernando Corrêa, disse ontem que "o governo federal é cooperativo" e que tudo vai transcorrer sob as noções de "parceria" e "integração".
Segundo os dois secretários, as polícias Civil e Militar do Rio atuarão com a Federal e a Rodoviária Federal. O plano traçado por Itagiba prevê a ação em cinco frentes, com o emprego de até 1.500 homens, parte do Estado e parte da União, em cada etapa. "O que nós queremos é que o governo federal faça a sua parte, e faça integrado conosco", disse Itagiba.
O plano assimila o mapeamento e a ação de criminosos feito pela Operação Suporte da PF e pela PM do Rio. Após os setores de inteligência identificarem as quadrilhas e os locais de atuação, os governos federal e do Rio avaliam que chegou a hora de ocupar espaço nas áreas de maior conflito.


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