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VIOLÊNCIA
Reforço deve ter 600 homens, que chegarão ao Rio antes do Carnaval; Linha Vermelha e Linha Amarela terão prioridade
Rosinha pede e União diz que enviará forças
IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A governadora Rosinha Matheus (PMDB) pediu e o Ministério da Justiça concordou ontem
com o envio de um efetivo de forças federais para o combate ao
crime no Rio de Janeiro. Apesar
de remota, a participação das Forças Armadas é uma das hipóteses
sob análise do governo federal.
Um grupo de técnicos do Estado e
da União decidem na segunda-feira o contingente total e os locais
de atuação do grupo.
O pedido foi formalizado pelo
secretário de Segurança Pública
do Rio, Marcelo Itagiba, em reunião com representantes do ministério e da Polícia Federal. Segundo ele, o reforço do governo
federal deve girar em torno de 600
homens. Também é cogitada a
utilização da Força Nacional de
Segurança Pública, criada no ano
passado e formada pela elite da
Polícia Militar dos Estados.
A atuação das forças federais
deve começar antes do Carnaval,
privilegiando áreas de grande volume de tráfego -como a Linha
Vermelha e a Linha Amarela. Outra prioridade, segundo Itagiba,
será "tirar as armas das mãos dos
soldados do tráfico".
Em 2004, Rosinha disse que
precisava do Exército para conter
o avanço da violência no primeiro
trimestre. Após discussões com
Brasília, voltou atrás e não fez a
solicitação formal pelas tropas
porque isso poderia fazer parecer
que o Estado não era capaz de cuidar da segurança.
Indagado ontem sobre a possibilidade de as conversas de agora
não darem em nada, Itagiba deu a
entender que o desentendimento
acabou. "Trabalho com agendas
para a frente", limitou-se a dizer o
secretário fluminense.
Segundo a Constituição, cabe
aos Estados cuidar da segurança.
O governo do Rio argumenta, porém, que o tráfico interestadual e
internacional de drogas e de armas é de responsabilidade da
União. O secretário nacional de
Segurança Pública, Luiz Fernando Corrêa, disse ontem que "o governo federal é cooperativo" e que
tudo vai transcorrer sob as noções
de "parceria" e "integração".
Segundo os dois secretários, as
polícias Civil e Militar do Rio
atuarão com a Federal e a Rodoviária Federal. O plano traçado
por Itagiba prevê a ação em cinco
frentes, com o emprego de até
1.500 homens, parte do Estado e
parte da União, em cada etapa. "O
que nós queremos é que o governo federal faça a sua parte, e faça
integrado conosco", disse Itagiba.
O plano assimila o mapeamento
e a ação de criminosos feito pela
Operação Suporte da PF e pela
PM do Rio. Após os setores de inteligência identificarem as quadrilhas e os locais de atuação, os
governos federal e do Rio avaliam
que chegou a hora de ocupar espaço nas áreas de maior conflito.
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