São Paulo, sábado, 22 de janeiro de 2005

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Acusados confirmam morte de Ivandel

DO "AGORA"

Policiais da Divisão Anti-Seqüestro (DAS) fizeram a reconstituição da suposta morte do jornalista Ivandel Machado Godinho Júnior, 55, seqüestrado em 22 de outubro de 2003. A encenação terminou sem revelar novas pistas sobre o destino do jornalista.
Dois suspeitos do crime, Fabiano Pavan do Prado, 30, e Wilson de Moraes Silva, 19, o Turu, participaram da reconstituição e voltaram a apontar o campinho de futebol onde o corpo do jornalista teria sido enterrado, em Capão Redondo (zona sul de SP).
A polícia queria que o terceiro suspeito detido pelo crime, um adolescente de 17 anos, também estivesse na reconstituição, mas sua participação foi negada pela Vara da Infância e Juventude.
A encenação começou às 11h30 e terminou às 14h50, sem fornecer novas indicações sobre a localização do corpo do jornalista. "A reconstituição confirmou os depoimentos que os acusados deram à polícia", disse o delegado Eduardo Camargo Lima, da DAS.
O delegado disse que a polícia pretende fazer novas buscas no campinho, mas não disse quando. Em 5 de janeiro, a DAS encontrou no local ossos que foram apresentados como sendo de Godinho. Um exame de DNA revelou que os ossos eram de cabras e porcos.
Os policiais foram primeiro para o cativeiro na rua George Anselmi, onde Godinho teria sido agredido a coronhadas após tentar fugir do cativeiro pela segunda vez, três dias após o seqüestro. Sem socorro, ele teria morrido.
Prado e Turu, que afirmam não ter participado do assassinato do jornalista, contaram como ajudaram a carregar o corpo para um Fusca branco. O carro era dirigido por Sidney Correia, 21, o Sidnelson, que está foragido.
Os peritos usaram um manequim feminino para representar Godinho e veículos da polícia no lugar do Fusca e das duas motos que teriam levado os criminosos ao campinho.

Crise nervosa
Fabiano Pavan do Prado, 30, passou mal e esteve perto de desmaiar durante a reconstituição.
"Ele parece ter tido um ataque de gastrite nervosa e vomitou ainda na DAS, antes de ir para a reconstituição", contou o perito Agostinho Pereira Salgueiro, do IC (Instituto de Criminalística). Devido ao estado de saúde, Prado não chegou a participar da segunda etapa da reconstituição, no campinho de futebol.
A advogada de Wilson de Moraes Silva, 19, o Turu, Patrícia Penna Saraiva Marques, que acompanhou a reconstituição, disse que seu cliente participou do seqüestro apenas como carcereiro, encarregado de levar remédios para Godinho. Ela disse que Turu, desta vez, negou ter sido torturado.


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