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Governo proíbe venda de bebida em rodovias
A partir de 1º de fevereiro, bebidas alcoólicas estarão vetadas em estabelecimentos ao longo das estradas federais
Quem descumprir norma
será multado em R$ 1.500;
se houver reincidência, valor
dobra e comércio perde
acesso a partir da rodovia
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva editou ontem uma
medida provisória proibindo a
venda de bebidas alcoólicas em
rodovias federais a partir de 1º
de fevereiro. A restrição, de
acordo com o Ministério da
Justiça, vale para estabelecimentos localizados na beira das
estradas. Não poderão ser vendidas bebidas com teor de álcool "igual ou acima" de 0,5%, o
que abrange quase todos os tipos à venda no país -as cervejas mais tradicionais têm graduação a partir de 4,5%.
O mesmo texto deveria também proibir a propaganda de
cerveja em rádio e TV das 6h às
21h, mas a restrição acabou redigida na forma de projeto de
lei e não de medida provisória.
Com isso, para ficar valendo, a
medida tem que ser aprovada
no Congresso Nacional.
No caso da venda de bebidas
alcoólicas em estradas, quem
descumprir a norma pela primeira vez estará sujeito a uma
multa de R$ 1.500.
Se houver reincidência, o valor da multa dobra e, de acordo
com o ministério, a permissão
de acesso para o estabelecimento pela rodovia é suspensa
por dois anos. Os estabelecimentos terão ainda que colocar
avisos sobre a restrição, sob pena de multa de R$ 300.
A Polícia Rodoviária Federal
fará a fiscalização.
Em São Paulo, uma lei de
1985 já veta a venda de bebidas
em estabelecimentos nas margens das rodovias estaduais.
A proibição nas estradas federais estava prevista na Política Nacional Sobre o Álcool, lançada em maio do ano passado
pelo presidente Lula.
A medida havia sido prometida para o lançamento do "PAC
da Segurança", o Pronasci, em
agosto, mas foi adiada.
Acidentes
O Código de Trânsito Brasileiro completa hoje dez anos de
vigência. Após uma tendência
de redução do número de acidentes, as mortes aumentaram
9% entre 2002 e 2005 -último
ano com dados consolidados. O
número considera mortes registradas em todas as vias.
Em 2007, o número de mortos registrado em acidentes nas
rodovias federais foi 11% maior
que no ano anterior. Foram 123
mil acidentes, com 6.840 mortos e mais de 75 mil feridos. O
crescimento da frota do país
em 2006 foi de 6%.
Entre as medidas que o ministro Tarso Genro (Justiça)
anunciou no início deste ano,
após a divulgação dos números
negativos, está a redução do limite de álcool no sangue do
condutor. Hoje, ele é de 0,6 grama por litro de sangue, o que
corresponde, aproximadamente, a uma lata de cerveja, dependendo do peso e do organismo
da pessoa.
O ministro disse querer propor ao Congresso a redução
desse número para 0,3 ou 0,1
grama por litro de sangue.
No balanço divulgado no início do mês, a bebida foi apontada como fator contribuinte para 1,5% dos acidentes de 2006.
Não há números para 2007 ainda.
(ANGELA PINHO)
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